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terça-feira, 12/08/2025

Inflação em julho cresce 0,26% impulsionada pela alta da conta de luz

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Os preços de bens e serviços no Brasil subiram 0,26% em julho, apresentando um leve aumento de 0,02 ponto percentual em relação a junho (0,24%). Em 12 meses até julho, a inflação acumulada atingiu 5,23%, permanecendo acima do limite máximo da meta estipulada, que é 4,50%. No acumulado do ano, o índice registrou alta de 3,26%. Em comparação, no mesmo mês, mas no ano seguinte, a variação havia sido de 0,38%.

O resultado apresentado ficou abaixo das expectativas dos analistas financeiros, cuja mediana indicava alta de 0,34% a 0,36% segundo o relatório Focus e outras projeções de mercado.

Esses dados fazem parte do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o indicador oficial da inflação brasileira, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Energia elétrica mais cara eleva a inflação

A inflação mensal foi influenciada principalmente pela elevação de 3,04% no preço da energia elétrica residencial, motivada pela manutenção da bandeira tarifária vermelha no nível 1, que impôs uma cobrança extra de R$ 4,46 por cada 100 KWh consumidos. Esse fator foi o que mais impactou o índice, contribuindo com 0,12 ponto percentual.

Nos primeiros sete meses do ano, a energia elétrica residencial teve um aumento acumulado de 10,18%, o maior para o período desde 2018, quando o aumento foi de 13,78%.

Segundo Fernando Gonçalves, gerente de pesquisa do IPCA, ‘se não fosse pelo impacto da energia elétrica, a inflação medida pelo IPCA em julho teria sido de 0,15%’.

De acordo com o IBGE, os reajustes nas tarifas ocorreram em vários estados, incluindo São Paulo (13,97%), Curitiba (1,97%), Porto Alegre (14,19%) e Rio de Janeiro (-2,16%).

O que é o IPCA

Calculado desde 1979 pelo IBGE, o IPCA é considerado o termômetro oficial da inflação no país e é utilizado pelo Banco Central para orientar a definição da taxa básica de juros, a Selic.

Este índice mede a variação mensal dos preços de uma cesta diversificada de produtos e serviços, comparando-os com o mês anterior para calcular a inflação do período.

O IPCA coleta dados em cidades que englobam 90% da população urbana brasileira, pesquisando diversas categorias como transporte, alimentação, habitação, saúde, educação, comunicação, vestuário e artigos para residência, entre outras.

A próxima divulgação do IPCA, referente ao mês de agosto, está prevista para 10 de setembro.

Destaques do IPCA em julho

Seis grupos de bens e serviços tiveram alta entre junho e julho, enquanto os grupos de Alimentação e Bebidas (-0,27%), Vestuário (-0,54%) e Comunicação (-0,09%) apresentaram queda.

  • Alimentação e bebidas: -0,27%
  • Habitação: 0,91%
  • Artigos de residência: 0,09%
  • Vestuário: -0,54%
  • Transportes: 0,35%
  • Saúde e despesas pessoais: 0,45%
  • Despesas pessoais: 0,76%
  • Educação: 0,02%
  • Comunicação: -0,09%

O impacto na inflação em pontos percentuais foi:

  • Alimentação e bebidas: -0,06
  • Habitação: 0,14
  • Artigos de residência: 0
  • Vestuário: -0,03
  • Transportes: 0,07
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,06
  • Despesas pessoais: 0,08
  • Educação: 0
  • Comunicação: 0

Alimentação mantém queda

O grupo Alimentação e Bebidas, o com maior peso no índice, teve queda pelo segundo mês seguido, registrando redução de 0,27% em julho após cair 0,18% em junho. Essa queda foi puxada pelo recuo nos preços dos alimentos consumidos em casa, que caíram 0,69% entre os meses, destacando-se os preços da batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%).

Gonçalves explica que, ‘sem a contribuição dos alimentos, a inflação teria sido de 0,41% em julho’.

Já a alimentação fora de casa mostrou aumento de 0,87%, comparado a 0,46% em junho, com o lanche acelerando para 1,90% em julho e a refeição para 0,44%.

Outros destaques

Despesas pessoais subiram 0,76%, impulsionadas por reajuste em jogos de azar a partir de 9 de julho, que avançaram 11,17% e impactaram o índice em 0,05 ponto percentual.

O grupo Transportes teve elevação de 0,35%, influenciado pela alta de 19,92% nas passagens aéreas, apesar da queda de 0,64% nos combustíveis, incluindo reduções em etanol (-1,68%), óleo diesel (-0,59%), gasolina (-0,51%) e gás veicular (-0,14%).

Gonçalves ressalta que os preços dos combustíveis caem pelo quarto mês consecutivo, com redução no preço da gasolina nas refinarias em junho.

No grupo Saúde e cuidados pessoais, houve alta nos preços de itens de higiene pessoal (0,98%) e nos planos de saúde (0,35%), refletindo reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

O Vestuário recuou 0,54%, impulsionado por quedas nos preços de roupas femininas (-0,98%) e masculinas (-0,87%).

INPC sobe 0,21%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou alta de 0,21% em julho, após variação de 0,23% em junho. No acumulado dos últimos 12 meses até julho, o INPC subiu 5,13%, enquanto no ano a variação foi de 3,30%.

Os preços dos produtos alimentícios caíram 0,38% em julho, contra -0,19% em junho, enquanto os não alimentícios subiram 0,41%, ante 0,37% no mês anterior. O INPC serve como referência para reajustes do salário mínimo e benefícios sociais e mensura preços para famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimos mensais.

Expectativas para a inflação

As estimativas do mercado financeiro para a inflação em 2024 continuam acima da meta, mas têm se aproximado das projeções do Banco Central e do Ministério da Fazenda. De acordo com o relatório Focus divulgado em 11 de agosto, a previsão para o IPCA foi novamente reduzida, passando de 5,07% para 5,05%, pela décima primeira vez consecutiva.

O Banco Central informou que há 70% de chance de a meta inflacionária não ser alcançada este ano.

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