Índice de Preço ao Consumidor americano desacelera em julho e mercado volta a ver elevação de 0,5 p.p. em setembro como o cenário mais provável
O Índice de Preço ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de julho caiu de 9,1% para 8,5% na comparação anual, permanecendo estável frente ao mês anterior. O dado, divulgado nesta quarta-feira, 10, serviu de alívio para o mercado financeiro, que projetava alta de 0,2% no mês e CPI de 8,7% no acumulado de 12 meses.
A expectativa de que o pior da inflação americana já tenha ficado para trás impulsionou as apostas em ativos de risco, como bolsa, moedas emergentes e até criptomoedas.
No mercado de juros futuros, investidores aumentaram as apostas de que o Federal Reserve (Fed) irá reduzir o ritmo de alta de juros de 0,75 ponto percentual para 0,50 p.p. na próxima reunião de política monetária, em setembro.
A alta mais branda havia perdido o posto de ajuste mais provável no fim da última semana, quando dados do mercado de trabalho americano saíram mais fortes que o esperado — reforçando a tese de que um aperto monetário mais duro seria necessário para conter a inflação. Mas os números desta quarta mudaram a direção das apostas.
A probabilidade de redução do ritmo, que era de 30% no início desta manhã, saltaram para acima de 60% após a divulgação do CPI, segundo o monitor do CME Group. Se confirmada, a alta irá elevar a taxa básica de juros americana para o intervalo entre 2,75% e 3%.
O CPI de julho também alimentou as expectativas de que o ciclo de alta de juros encerre em 3,5%. Para a reunião de novembro, a probabilidade de ajuste ainda residual, de 0,25 p.p. passou para 38,5% frente aos 16,3% do dia anterior.
As maiores apostas ainda são de mais duas altas de juros de 0,50 ponto percentual. A chance de os juros americanos encerrarem o ano entre 3,75% e 4% caíram 27% para perto de 10%, e a de irem para entre 3,5% e 3,75%, de 47,1% para 38,4%.