A 4ª queda seguida do Indicador Antecedente de Emprego reforçaria o cenário de calibragem das expectativas sobre o mercado de trabalho
Rio — O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) recuou 6,7 pontos na passagem de abril para maio, para 85,8 pontos, o menor patamar desde junho de 2016, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira, 10.
“A quarta queda seguida do IAEmp registrada em maio reforça o cenário de calibragem das expectativas sobre a evolução do mercado de trabalho em 2019, fruto de um desapontamento com o ritmo de recuperação da atividade econômica e dos elevados níveis de incerteza. Enquanto esse quadro persistir é difícil imaginar uma recuperação consistente do IAEmp”, avaliou Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) subiu 0,9 ponto em maio, para 95,7 pontos. “O ICD voltou a ficar acima dos 95 pontos em maio de 2019. Apesar de ainda estar abaixo do nível do período eleitoral, o terceiro resultado negativo e o patamar elevado confirmam a percepção de lentidão na recuperação do mercado de trabalho”, completou Rodolpho Tobler.
O ICD é um indicador com sinal semelhante ao da taxa de desemprego, ou seja, quanto maior o número, pior o resultado. Já o IAEmp sugere expectativa de geração de vagas adiante, quanto menor o patamar, menos satisfatório o resultado.
O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho. O IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.
Todos os componentes do IAEmp registraram quedas na passagem para maio. As maiores contribuições para o recuo do indicador foram dos itens Emprego Local Futuro dos Consumidores (-13,4 pontos) e Tendência de Negócios do setor de Serviços (-9,1 pontos).
No ICD, as classes de renda que mais contribuíram para o aumento do indicador foram as que recebem até R$ 2.100,00 mensais (+2,3 pontos) ou acima de R$ 9.600,00 mensais (+3,4 pontos).