273.810 novas infecções foram registradas em 24 horas, o quinto dia consecutivo com mais de 200 mil casos
Pressionado por uma onda de novos contágios, o governo da Índia colocou os mais de 20 milhões de habitantes da capital Nova Délhi em lockdown de uma semana. Autoridades indianas registraram nesta segunda-feira, 19, um recorde de 273.810 novas infecções em 24 horas, o quinto dia consecutivo com mais de 200 mil casos.
Apenas em Nova Délhi, 25,5 mil novos casos foram registrados no domingo. “Se não impusermos um lockdown agora, enfrentaremos um grande desastre”, anunciou o chefe do governo local, Arvind Kejriwal. “Foi uma decisão difícil de tomar, mas não havia alternativa. O sistema de saúde da capital está prestes a entrar em colapso. A situação é crítica.”
O isolamento da capital começa a partir da meia-noite de hoje (15h30 de ontem em Brasília) e será válido por uma semana. Apenas farmácias e mercados ficarão abertos. Apenas 50 pessoas serão permitidas em casamentos e até 20 pessoas em funerais. Todas as reuniões sociais, políticas e religiosas foram proibidas – eventos esportivos, sem a presença de público, no entanto, estão liberados.
Os hospitais da capital se queixam da falta de leitos – a ocupação das vagas de UTI passa de 97%. Diante da escassez de medicamentos, o governo indiano limitou o uso industrial de oxigênio para redirecioná-lo ao uso médico.
Oferta e demanda
A Índia é o maior produtor mundial de medicamentos e vacinas. Sua campanha de imunização começou no dia 16 de janeiro e atualmente os indianos dispõem de duas vacinas feitas localmente: o laboratório Bharat Biotech é capaz de produzir 12 milhões de doses por mês da Covaxin e o Instituto Serum, o maior produtor de imunizantes do mundo, pode fabricar até 100 milhões de doses por mês da Covishield, a vacina da Oxford/AstraZeneca.