Os bombeiros enfrentam há mais de 24 horas um incêndio que consome um grande conjunto residencial no distrito de Tai Po, em Hong Kong. O fogo teve início por volta das 14h de quarta-feira (26/11), no horário local, que corresponde às 3h da manhã em Brasília.
Até o momento, foram confirmadas 55 fatalidades. Além disso, 62 pessoas permanecem presas dentro dos apartamentos, enquanto outras 76 foram levadas a hospitais, com 43 em estado crítico ou grave, segundo o jornal South China Morning Post, sediado em Hong Kong. Cerca de 280 moradores continuam desaparecidos. O complexo Wang Fuk Court conta com mais de 2 mil unidades habitacionais e abriga cerca de 4 mil residentes.
O fogo atingiu sete dos oito prédios do local. Em quatro edifícios, as chamas já foram completamente controladas e extintas, e nas demais três a situação está sob controle.
Desde julho de 2024, o condomínio passava por reformas e estava envolto por andaimes de bambu e telas verdes. Parte dos materiais empregados na obra era altamente inflamável, fator que pode ter acelerado a propagação do fogo.
Três indivíduos foram detidos por homicídio culposo na quinta-feira (27/11). Os acusados são dois diretores e um consultor da empresa responsável pela reforma. A superintendente Eileen Chung afirmou ao South China Morning Post que há evidências de negligência grave por parte dos responsáveis, o que possibilitou que o fogo se espalhasse descontroladamente, resultando em numerosas mortes.
Investigações revelaram o uso de um tipo de isopor muito inflamável nas janelas dos elevadores e a utilização de telas e lonas protetoras que não atendiam aos padrões de segurança exigidos. O fogo começou nos andaimes de bambu cercando o complexo e se alastrou pelos prédios altos.
Este incêndio tornou-se o mais letal da história de Hong Kong, superando a tragédia do edifício Garley, que resultou em 41 mortes em 1996.
A secretária de Habitação, Winnie Ho Wing-yin, comunicou nas redes sociais que as autoridades estão oferecendo suporte às famílias afetadas e que podem disponibilizar mais de 1.400 moradias temporárias e unidades transitórias em vários bairros para os que necessitarem de abrigo.
