Presidente Prudente, no interior de São Paulo, tornou-se a primeira cidade do Brasil a usar gás biometano em seu sistema de fornecimento urbano. A conexão do primeiro cliente com esse combustível renovável aconteceu na quinta-feira, 12, marcando um passo importante na transição energética da cidade e na diminuição dos gases do efeito estufa, conforme comunicado da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado.
O biogás usado é gerado a partir de resíduos da produção de cana-de-açúcar, como bagaço, palha, vinhaça e torta de filtro. Este biogás é depois purificado para virar biometano, que será distribuído em Presidente Prudente. O estado de São Paulo é o maior produtor de cana no país, com cerca de 5,5 milhões de hectares dedicados à cultura.
A cerimônia de inauguração ocorreu no restaurante Beef Company Steakhouse & Grill, o primeiro da cidade a receber o novo combustível diretamente da Usina Cocal, localizada em Narandiba, cidade vizinha.
As obras do gasoduto exclusivo para o transporte de biometano começaram em junho e já estão 80% finalizadas. O investimento é de aproximadamente R$ 12 milhões e a rede terá 44 km, atendendo cerca de 5 mil pessoas e 58 estabelecimentos na primeira fase. Além do restaurante, um hotel e uma padaria também passarão a usar biometano.
“Fico feliz em ver São Paulo como modelo para o Brasil. Com essa conexão, Presidente Prudente se destaca como a primeira cidade verde do país. A matriz energética paulista é mais de 50% limpa, e muito disso vem do biodiesel, biogás, biometano e etanol, que é nosso pré-sal caipira. Esse projeto marca um avanço que vai permitir que milhares de prudentinos tenham gás canalizado em casa, comércios, indústrias e postos. Nosso objetivo é expandir essa rede para todo o estado”, declarou o secretário de Agricultura, Guilherme Piai.
Estudos recentes da Fiesp e do governo paulista indicam que a expansão do biometano pode gerar até 20 mil empregos e reduzir em até 16% as emissões previstas nas metas ambientais do estado. A expectativa é que a produção aumente de 0,4 milhão para 6,4 milhões de metros cúbicos por dia, cobrindo 40% da demanda por gás natural.
Estadão Conteúdo
