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sábado, 02/08/2025

Impostos de 25% e 50% atingem exportação de pneus para os EUA

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A indústria de pneus enfrenta um novo desafio com a decisão dos Estados Unidos de aumentar os impostos de importação para os pneus brasileiros. A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), que representa as empresas do setor, está empenhada em dialogar com os governos federal e estaduais, além de entidades do setor industrial, para buscar soluções.

Segundo a ANIP, os pneus agrícolas, de carga e de motocicleta terão uma taxa extra que, somada à já existente, totaliza 50% a partir de 6 de agosto. Os pneus de passeio terão imposto de 25%, taxa que foi elevada em maio de 10% para o atual valor. Pneus de aeronaves, não produzidos no Brasil, passaram a ter uma taxa adicional de 10%.

No primeiro semestre deste ano, foram exportados 4,22 milhões de pneus, sendo que 1,45 milhão, equivalente a 34%, foram destinados aos EUA. Deste total, 1,32 milhão foram pneus de carga, dos quais 38% foram para o mercado norte-americano. Pneus agrícolas somaram 54,5 mil unidades exportadas, com os EUA respondendo por apenas 1%. Para pneus de motocicleta, as exportações totalizaram 751,5 mil unidades, dos quais 8% foram para os Estados Unidos.

Preocupação no setor

Rodrigo Navarro, CEO da ANIP, ressalta a apreensão da indústria com os impostos elevados impostas pelos EUA. Ele destaca que o setor já enfrenta desafios como o aumento das importações a preços abaixo do custo, o que impacta a indústria, empregos e investimentos locais.

Navarro enfatiza que a associação continuará empenhada em dialogar com os representantes do governo americano para buscar alternativas.

A ANIP tem mantido encontros com autoridades brasileiras, incluindo o vice-presidente Alckmin, governadores e representantes de federações do setor industrial.

Em 2024, a indústria de pneus brasileira exportou 9,8 milhões de unidades, correspondente a 20% das vendas totais do setor. Os EUA foram o principal destino, com 3,2 milhões de pneus, representando 33,2% do total exportado. No primeiro semestre, as exportações totalizaram 5,5 milhões de unidades, com os EUA recebendo 35,3% deste volume.

Navarro destaca que esses impostos prejudicam especialmente as empresas que investiram em fabricação no Brasil com foco no mercado americano.

O estado de São Paulo foi o mais afetado, concentrando 49,4% da produção para exportação em 2024 e 52,7% até junho de 2025, com nove fábricas. Em seguida, vem a Bahia, responsável por cerca de um quarto das exportações, com três fábricas. Outros estados com produção significativa para exportação incluem Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná.

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