O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou que o impeachment não deve ser utilizado como uma ferramenta fácil para remover políticos que alguém simplesmente não gosta. Ele mencionou isso ao comentar o plano de alguns bolsonaristas que querem eleger senadores suficientes para aprovar o impeachment de ministros do STF, principalmente de Alexandre de Moraes, a partir de 2027.
Barroso explicou que o impeachment é uma medida séria e deve ser aplicada apenas quando alguém comete um crime de grande responsabilidade, algo raro e fora do comum. Ele criticou o uso político dessa ferramenta, dizendo que é errado pensar no impeachment para tirar alguém do cargo por questões políticas.
Ele também ressaltou que, se o ex-presidente Jair Bolsonaro tem apoio e consegue eleger seus representantes para o Senado, isso faz parte da democracia. Um Congresso mais conservador não o preocupa. Segundo ele, fazer o impeachment de um ministro do Supremo não faz sentido e é uma má forma de fazer política.
Barroso ainda usou uma comparação dizendo que o impeachment não deve ser usado como um jeito de tirar alguém do jogo simplesmente porque você não gosta dessa pessoa.
Custo do Judiciário
Barroso admitiu que o Judiciário é caro — custa cerca de 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. No entanto, ele destacou que o Judiciário é a instituição que mais está presente em todo o país, o que justifica o custo. Segundo ele, a presença do Judiciário é muito importante para a vida das pessoas.
Ele afirmou que abusos devem ser combatidos, mas defendeu que os salários dos juízes sejam altos para poder atrair os melhores profissionais. Barroso explicou que se não pagar bem os juízes, acaba ficando com os piores para a função, e ele quer os melhores, sempre respeitando a lei.