A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), em parceria com a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Rio de Janeiro, através da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Rio de Janeiro (FICCO/RJ), realizou buscas no gabinete do deputado estadual Thiego Santos, conhecido como TH Joias.
O deputado foi detido nesta quarta-feira (3/9) pela Polícia Federal durante a operação Zargun, que apura um esquema de corrupção vinculado à liderança da facção Comando Vermelho.
De acordo com a Polícia Federal, as investigações envolvem crimes como organização criminosa, tráfico internacional de armas e drogas, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
Detalhes da operação Zargun
Foram cumpridos 18 mandados de prisão preventiva, 22 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de bens que somam R$ 40 milhões no decorrer da operação. As medidas incluem o afastamento de agentes públicos e a transferência emergencial de líderes da facção para presídios de alta segurança, autorizadas pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região.
As apurações revelaram um esquema de corrupção que envolvia líderes da facção no Complexo do Alemão. Segundo a PF, a organização criminosa atuava dentro da administração pública para garantir impunidade e acesso a informações sigilosas, além de importar armamentos do Paraguai e equipamentos antidrone da China, que eram revendidos até para facções rivais.
Sobre o deputado TH Joias
Antes de ingressar na política, Thiego Santos tornou-se conhecido no ramo de joias, profissão herdada do pai, Juberto. Suas peças chegaram a ser usadas por celebridades como o jogador de futebol Neymar, a cantora Ludmila e o cantor Nego do Borel. Ele acompanhava o pai desde a infância nas funções de ourives e na gestão da loja da família localizada no centro de Madureira, no Rio de Janeiro.
Eleito em 2024 com 15.105 votos para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Thiego tem como objetivo propor leis que promovam mais cidadania para as camadas menos favorecidas da população.
Em 2017, Thiego foi detido pela Delegacia de Combate às Drogas do Rio de Janeiro sob suspeita de envolvimento com tráfico de drogas e armas na cidade. Naquela ocasião, a investigação apontou que a empresa dele seria utilizada para lavagem de dinheiro.