São Paulo, 24 – No início da semana, o presidente do banco, Carlos Vieira, afirmou ao Money Times que o novo serviço deve começar a operar até o final de novembro, com previsão de faturar entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões.
O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) criticou a iniciativa da Caixa de entrar no mercado de jogos de azar, destacando que essas empresas se beneficiam do vício e do endividamento das pessoas. “É uma contradição séria: um banco público, que tem como missão ajudar a sociedade, passando a ser operador digital de apostas”, declarou o instituto. A Caixa não respondeu aos pedidos de comentário até a publicação desta matéria.
Para o Idec, o setor de apostas é mal regulado, oferece riscos sociais e tem pouca fiscalização, o que vai contra o papel de um banco público de proteger a população.
Além disso, o instituto lembrou das dificuldades que as casas lotéricas enfrentam em todo o Brasil. “Ao trocar as lotéricas por um aplicativo de apostas, a Caixa deixa de atender as pessoas mais necessitadas que precisam do atendimento presencial e do suporte territorial”, afirmou.
A organização também destacou que essa decisão transforma as apostas em um produto do governo, e pediu regras mais rigorosas para o setor. “A Caixa Econômica Federal precisa escolher seu papel: ser um agente de cidadania e desenvolvimento ou uma operadora de apostas com foco no lucro rápido. Não é possível conciliar os dois”, concluiu.
Estadão Conteúdo
