O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) divulgou um comunicado nesta segunda-feira (23/6), solicitando a ampliação das áreas de exploração petrolífera no Brasil devido ao aumento das tensões no Oriente Médio. A diretoria executiva do IBP se reuniu na manhã desta segunda no Rio de Janeiro para avaliar os impactos do conflito sobre o mercado interno de combustíveis fósseis.
Segundo o instituto, este momento ressalta a necessidade do Brasil manter um sistema regulatório e tributário sólido, capaz de garantir investimentos a longo prazo nos campos petrolíferos já existentes, além de avançar na prospecção de novas reservas de petróleo em território nacional.
Uma das regiões indicadas para novas explorações é a Margem Equatorial, situada entre o Rio Grande do Norte e o Amapá. A Petrobras planeja investir mais de R$ 3 bilhões entre 2025 e 2029 para a perfuração de 16 poços nessa área.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorizou a Petrobras a perfurar poços para exploração de petróleo e gás natural na Bacia Potiguar, litoral do Rio Grande do Norte, porém tem sido cauteloso e resiste em liberar novas perfurações na Bacia da Foz do Amazonas, localizada no Amapá, devido a preocupações ambientais. A Margem Equatorial é vista como uma área chave para aumentar a produção petrolífera do país.
Conflito no Oriente Médio e as consequências para o petróleo
Os confrontos entre Israel e o Irã se intensificaram a partir de 13 de junho, com Israel alegando que o Irã estaria próximo de desenvolver uma arma nuclear, o que o Irã nega, afirmando que suas instalações nucleares têm finalidade exclusiva de geração de energia elétrica.
Em resposta aos atos israelenses, o Irã tem retaliado, e os Estados Unidos, aliado de Israel, também se envolveram. No último sábado (21/6), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou ataques a três instalações de enriquecimento de urânio no Irã.
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, declarou que o país não cederá e que não teme as ameaças americanas, afirmando que os Estados Unidos sofrerão danos muito maiores caso intervenham militarmente na região.
O Irã é um dos maiores produtores de petróleo do mundo, com uma produção diária de cerca de 3,9 milhões de barris em 2023. Dessa forma, o conflito no território iraniano gera preocupação quanto à instabilidade dos preços do petróleo no mercado global.
O IBP destaca que atualmente o mercado internacional enfrenta forte inconstância devido à queda na produção de importantes países produtores como o Irã, além dos desafios logísticos para distribuição de petróleo e gás na região do Oriente Médio, causada pelo potencial fechamento do Estreito de Ormuz, uma passagem marítima entre o Golfo de Omã e o Golfo Pérsico que responde pelo transporte de aproximadamente 20% do petróleo consumido mundialmente.