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quarta-feira, 03/09/2025

Ibovespa tem leve queda e fica em 140 mil pontos

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O Ibovespa registrou nesta terça-feira o segundo dia consecutivo de leve queda após atingir recordes recentemente, terminando o dia aos 140.335 pontos. O volume de negociações girou em torno de R$ 21,2 bilhões. No acumulado de setembro, o índice caiu 0,77%, mas ainda apresenta alta de 16,67% no ano.

Nos Estados Unidos, os principais índices fecharam em queda, com o Dow Jones recuando 0,55% e o Nasdaq 0,82%. O aumento nos rendimentos dos títulos públicos americanos e a alta do petróleo influenciaram o mercado brasileiro, com algumas ações como Petrobras apresentando desempenho positivo, enquanto outras, como Vale e grandes bancos, sofreram perdas.

O Banco do Brasil foi um dos papéis mais pressionados, devido ao início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, o que gerou preocupações sobre possíveis sanções internacionais que podem afetar a instituição e o setor bancário em geral, conforme análise de Matheus Spiess, da Empiricus, e Alison Correia, da Dom Investimentos.

Por outro lado, ações de construtoras focadas no público de baixa renda tiveram valorização, com destaque para MRV, Cury e Direcional, impulsionadas pela demanda estável nesse segmento. Segundo Felipe Sant’Anna, do Grupo Axia Investing, o setor imobiliário popular continua forte devido à renda e ao emprego elevados das famílias.

No cenário econômico, o PIB brasileiro do segundo trimestre cresceu 0,4%, ligeiramente acima das expectativas, mas ainda sinaliza desaceleração em relação ao primeiro trimestre, de acordo com Patrícia Krause, da Coface. Ela ressalta a perda de dinamismo em setores sensíveis à alta taxa de juros, especialmente o consumo das famílias.

Daniel Teles, da Valor Investimentos, destaca que o mercado está mais propenso à realização de lucros do que avesso ao risco, com atenção ao PIB e cautela diante do julgamento de Bolsonaro.

dólar

O dólar teve alta pelo terceiro dia consecutivo, fechando a R$ 5,4748, influenciado pela busca global por moeda americana devido ao aumento dos juros em países desenvolvidos e temores fiscais. O índice DXY, que mede o dólar contra outras moedas fortes, subiu cerca de 0,60% neste dia.

Nos Estados Unidos, os rendimentos dos títulos de 30 anos alcançaram quase 5%, refletem incertezas sobre a independência do Federal Reserve frente a pressões do governo Trump. No Reino Unido, o rendimento dos títulos públicos também atingiu níveis altos devido a preocupações fiscais.

André Valério, do banco Inter, comenta que a alta do dólar se deve a preocupações com o endividamento dos países avançados e à percepção de inflação persistente e fragilidade fiscal, o que levou à venda de títulos e impacto em outros ativos.

Luciano Costa, da Monte Bravo, afirma que o real não sofreu tanto quanto outras moedas emergentes, apesar do clima cauteloso causado pelo julgamento de Bolsonaro, que até o momento foi só de apresentação do caso.

juros

O ambiente internacional de aversão ao risco pressionou os ativos brasileiros e causou alta nas taxas de juros futuros, com o DI para janeiro de 2027 chegando próximo a 14%. A pressão dos mercados externos, especialmente pela Europa e Estados Unidos, tem impacto importante na curva brasileira de juros.

O julgamento de Bolsonaro e o PIB do segundo trimestre tiveram influência secundária nesse movimento, que foi mais afetado pelo cenário global. O PIB cresceu 0,4% entre o primeiro e o segundo trimestre, mostrando uma desaceleração da economia conforme esperado pelo Banco Central.

Nicolas Borsoi, da Nova Futura Investimentos, e Étore Sanchez, da Ativa Investimentos, destacam que a política monetária restritiva segue influenciando o ritmo da atividade econômica e que as expectativas para cortes na taxa Selic continuam para o começo de 2026.

A alta dos juros internacionais, a instabilidade política global e a aproximacão entre líderes da Rússia e China são fatores que reforçam a cautela no mercado. Em entrevista, Donald Trump comentou sobre as tarifas aplicadas aos EUA por Brasil, China e Índia, sem citar diretamente Bolsonaro.

A defesa do ex-presidente brasileiro deve se manifestar no STF em breve.

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