O índice Ibovespa fechou em alta de 1,04%, alcançando 139.205 pontos, o maior patamar desde 8 de julho. Após oscilar entre ganhos e perdas, o mercado reforça sua recuperação, evitando quedas profundas abaixo dos 132 mil pontos e buscando se aproximar do recorde histórico de 141 mil pontos atingido em julho.
Durante o pregão, o Ibovespa variou entre 137.455 e 139.280 pontos, com volume financeiro moderado em R$ 18,3 bilhões. No acumulado da semana e do mês, o índice tem altas de 0,90% e 4,61%, respectivamente, e no ano registra valorização de 15,73%.
Naio Ino, gestor de renda variável na Western Asset, destaca que a temporada de resultados corporativos está quase no fim, com atenção especial para a Nvidia, referência no setor de inteligência artificial. Ele ressalta o momento cauteloso do mercado devido a incertezas, como tarifas internacionais e questões domésticas, o que explica o volume mais baixo na B3 apesar dos juros ainda elevados.
Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, comenta que após dados do Caged indicarem criação de empregos abaixo do esperado, o mercado iniciou um otimismo moderado, reanimado também pelo discurso tranquilo do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Essa menor geração de empregos sugere uma desaceleração da economia e aumenta a expectativa de cortes nos juros ainda este ano, o que favorece o apetite por ações.
Na reta final, o setor financeiro liderou a alta, com bancos registrando ganhos entre 0,14% e 1,68%. Outras ações que se destacaram positivamente foram Braskem, São Martinho e Vibra. Por outro lado, Auren, Embraer e Telefônica Brasil tiveram perdas.
dólar
O dólar perdeu força durante a tarde, fechando em baixa de 0,32%, cotado a R$ 5,4170. A valorização do real é atribuída ao fluxo de investimentos estrangeiros e à alta do petróleo, apesar de tensões políticas nos EUA envolvendo o presidente Donald Trump e o Federal Reserve.
O economista André Perfeito aponta um suporte gráfico próximo a R$ 5,30 para o dólar, e uma tendência de valorização do real devido ao enfraquecimento global da moeda americana e à esperada flexibilização monetária do Fed.
O Banco Central mantém uma postura cautelosa sobre cortes de juros, mantendo a taxa Selic elevada para controlar a inflação, conforme destacou o presidente Gabriel Galípolo.
juros
Os juros futuros permaneceram estáveis, com pequenas oscilações próximas aos níveis do dia anterior. O relatório do Caged indicou a criação de 129.775 vagas com carteira assinada em julho, abaixo da expectativa, mas ainda suficiente para manter o desemprego em níveis baixos.
Durante o 33º Congresso Fenabrave, o presidente do Banco Central reforçou que a política monetária seguirá rígida por um período prolongado e que a reação do Copom será baseada em avaliação cuidadosa dos dados econômicos, sem influência de eventos isolados.
Tiago Hansen, economista da Alphawave Capital, comenta que a mensagem do Banco Central foi mais cautelosa do que o mercado esperava, mantendo uma postura conservadora em relação a possíveis cortes de juros no curto prazo.
Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, observa que os dados do Caged indicam melhora no emprego em setores importantes como construção civil e manufatura, refletindo uma economia ainda vibrante.
Rodolfo Margato, da XP Investimentos, acredita que o mercado de trabalho segue aquecido com alto volume de contratações, e que a taxa de desemprego permanecerá baixa por um período prolongado.