O índice Ibovespa conseguiu interromper uma sequência de três dias de queda, fechando em alta de 0,45%, aos 132,725 pontos. Apesar do volume de negociações ainda estar baixo, o mercado apresentou alguma recuperação, especialmente com os papéis da Petrobras se destacando.
Durante o pregão, o Ibovespa oscilou entre 132.129,79 e 133.345,71 pontos, chegando até a testar o patamar de 131 mil pontos no dia anterior. No fechamento do dia, o índice indicou um leve avanço mesmo com algumas ações importantes apresentando perdas moderadas.
Felipe Papini, sócio da One Investimentos, comenta que o movimento foi um ajuste técnico após a queda recente, refletindo uma certa acomodação no mercado de juros, além de uma expectativa relacionada às decisões futuras de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.
As ações que mais valorizaram no dia foram as da Embraer, com alta de 3,76%, seguidas por Direcional, Brava e Vivara. A Petrobras também se destacou com ganhos superiores a 1%. Por outro lado, Magazine Luiza e Pão de Açúcar estiveram entre as maiores quedas do índice.
Em entrevistas recentes, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que o pacote do governo contra a tarifa dos EUA é uma reação e não uma retaliação, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou que o Brasil tenta evitar que o conflito comercial se agrave.
dólar
O dólar apresentou queda de 0,36%, fechando a R$ 5,5695, impulsionado pelo diferencial de juros que torna o Brasil atrativo para investidores, além da alta em commodities como petróleo e minério de ferro.
O superintendente da mesa de derivativos do BS2, Ricardo Chiumento, destaca que o carry trade continua beneficiando o real, que apresenta uma das melhores performances entre moedas emergentes.
O economista-chefe para o Brasil no Barclays, Roberto Secemski, reforça essa visão, mesmo diante da instabilidade causada pelas tarifas dos EUA.
juros
A curva de juros teve queda generalizada, com destaque para os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) que mostraram redução nas taxas, refletindo a percepção de que o governo tenta negociar para amenizar o impacto das tarifas americanas.
Tiago Hansen, diretor de gestão da Alphawave Capital, ressalta que o mercado respondeu com ajustes técnicos após a pressão provocada pela tensão comercial e acredita que o Executivo busca ganhar prazo ou excluir setores da tarifa.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, negou negociações diretas para retirar setores do tarifaço, mas fontes indicam que o governo busca o adiamento ou a suspensão da alíquota, especialmente para setores sensíveis como alimentos e aviação.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que dialoga com a Embraer para minimizar os impactos da tarifa, que elevaria significativamente o custo operacional dos aviões no mercado americano.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que há cautela para entender as intenções dos EUA, mas que as negociações permanecem abertas para evitar um cenário negativo na entrada em vigor das tarifas.