Queda da Vale impede pressiona índice para baixo, com dados fracos da economia chinesa no radar
Após operar em queda, o Ibovespa zerou as perdas registradas no início do pregão desta segunda-feira, 15, acompanhando a recuperação das ações da Petrobras.
- Ibovespa: – 0,05% 112.707 pontos
Após iniciarem o dia com desvalorização superior a 3%, os papéis da companhia viraram para alta, com investidores digerindo o anúncio de redução do preço do combustível feito no início desta tarde.
- Petrobras (PETR4): + 0,54%
- Petrobras (PETR3): + 0,37%
O litro da gasolina vendido a distribuidores passará de R$ 3,71 para R$ 3,53.
Embora pressione para baixo a receita da companhia, parte do mercado tem visto a sequência de quedas de preço como positiva, uma vez que reduz a pressão do governo sobre a política de preços da estatal.
As ações da Petrobras, por sinal, passaram a operar na contramão do preço do petróleo, que tocou mínima desde antes do início da guerra entre Rússia e Ucrânia nesta manhã, pressionado por um possível acordo nuclear com o Irã e dados fracos da economia chinesa.
A produção industrial da China, divulgada na última noite, desacelerou de 3,9% de alta para 3,8% em junho frente ao mesmo período do ano passado. O consenso era de aceleração para 4,6%. As vendas do varejo também saíram abaixo do esperado, com salto de 2,7% ante consenso de expansão de 5%.
Os números abaixo das expectativas tiveram efeito significativo sobre os preços de commodities, com perspectivas de menor demanda.
A Vale, com a maior participação do Ibovespa, cai mais de 2% e impede a alta do índice, seguindo a queda do minério de ferro.
- Vale (VALE3): – 2,52%
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Ações em destaque
Apesar da alta da Petrobras, as petrolíferas menores operam em queda, acompanhando a baixa do petróleo. Siderúrgicas também ficam entre as maiores perdas do dia, acompanhando o recuo do minério de ferro.
- Braskem (BRKM5): – 4,43%
- CSN (CSNA3): – 4,43%
- 3R (RRRP3): – 3,25%
As perdas, porém, são menores que as das ações do IRB, que desabam mais de 6% antes da divulgação do resultado do segundo trimestre. O balanço da resseguradora está previsto para esta noite.
O papel recua com a notícia da Bloomberg de que a companhia avalia oferta subsequente de ações de cerca de R$ 1 bilhão. Em fato relevante, o IRB confirmou que avalia a operação, mas ainda não tem nada definido.
- IRB Brasil (IRBR3): – 9,09%
Na ponta positiva, as altas são lideradas por varejistas, que estendem os ganhos após balanços apresentados na noite de quinta-feira, 11.
Os papéis são beneficiados ainda com o fechamento da curva de juros, com o mercado precificando que o ciclo de alta de juros no Brasil chegou ao fim. O movimento vem ganhando força desde quarta-feira da semana passada, após a divulgação da ata da última reunião do Copom.
- Americanas (AMER3): + 16,82%
- Via (VIIA3): + 13,84%
- Méliuz (CASH3): + 12,69%
- Magazine Luiza (MGLU3): + 11,45%
Além dos resultados da semana passada, dados de atividade econômica contribuem com a melhora do humor do mercado sobre o setor. O IBC-Br de junho, divulgado hoje, saiu em 0,69% de alta, acima do consenso de 0,25%.
Ainda assim, economistas do Goldman Sachs seguem pessimistas com a economia brasileira apesar dos dados mais fortes que o esperado.
“A inflação elevada, o impacto defasado do recente aperto monetário e financeiro, condições de crédito cada vez mais exigentes, alto nível de endividamento das famílias, desaceleração contínua da economia global e a incerteza política pós-eleitoral, provavelmente adicionarão ventos contrários crescentes à atividade econômica”, afirmaram em relatório sobre o IBC-Br desta manhã.