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domingo, 28/12/2025

Ibovespa chega perto de 158 mil pontos e sobe 2,39% na semana

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São Paulo, 14 – O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, esteve próximo de alcançar os 158 mil pontos, mantendo-se em alta apesar de pequenas quedas nos últimos dias. Na sexta-feira, dia 14, o índice recuperou seu nível histórico e marcou 157.738,69 pontos ao final do pregão, com um volume de negócios de R$ 25,8 bilhões.

Durante a primeira quinzena de novembro, o Ibovespa valorizou 5,48% e avançou 2,39% na semana, apresentando o quinto ganho semanal consecutivo. No acumulado do ano, a alta é de 31,14%.

Os preços do petróleo subiram mais de 2% no fechamento de sexta-feira em Londres e Nova York, o que beneficiou as ações da Petrobras na bolsa brasileira, com movimentações positivas nas ações ordinárias e preferenciais da companhia. Outros bancos importantes também contribuíram para a alta, incluindo Santander e Itaú, apesar de algumas quedas em Banco do Brasil e Bradesco.

Destaques positivos da semana incluíram MBRF, Braskem e Magazine Luiza, enquanto Yduqs, Hapvida e Cemig enfrentaram perdas.

Christian Iarussi, economista da The Hill Capital, explica que a alta do Ibovespa é impulsionada pela combinação de investimento estrangeiro, valorização do petróleo e enfraquecimento do dólar. O avanço do petróleo reforça a atratividade das empresas exportadoras brasileiras.

O Termômetro Broadcast Bolsa indica que a maioria dos analistas espera alta para o Ibovespa na próxima semana, embora a possibilidade de queda também tenha aumentado.

Cesar Mikail, gestor da Western Asset, acredita que o índice pode atingir 158 mil pontos e seguir para 160 mil, apoiado pela movimentação global de recursos em direção ao Brasil e juros ainda atrativos. Ele ressaltou que o desempenho positivo das empresas listadas em Nova York e a atenção ao setor de tecnologia, especialmente à Nvidia, impactam o cenário local.

No cenário político nacional, uma possível candidatura liberal e de direita pode estimular ainda mais o índice, conforme se aproxima o calendário eleitoral de 2026.

José Áureo Viana, economista da Blue3 Investimentos, comenta que o Ibovespa tem resistido bem, com suporte de Petrobras e bancos, graças ao ingresso de recursos impulsionados pelos juros favoráveis.

Rachel de Sá, estrategista da XP, destaca que o movimento dos últimos dias no Brasil foi diferente do exterior, onde ainda há cautela, principalmente por conta das incertezas sobre efeitos econômicos do shutdown nos Estados Unidos.

dólar

O dólar fechou praticamente estável na sexta-feira, perto dos R$ 5,30, mantendo-se abaixo desse valor pelo quarto pregão consecutivo. A moeda americana teve poucas operações significativas, influenciada por forças opostas: alta do petróleo e fluxo para ações brasileiras pressionavam para queda, enquanto o fortalecimento do dólar em relação a moedas fortes limitava o apetite para divisas emergentes.

No final do dia, o dólar à vista custou R$ 5,2973, com queda semanal de 0,72% e desvalorização de 14,29% no ano.

Eduardo Aun, gestor da AZ Quest, observa que o real tem apresentado comportamento semelhante ao de outras moedas emergentes, beneficiado por um movimento global de rotação de carteiras.

O índice DXY, que mede o dólar frente a uma cesta de moedas fortes, teve leve alta, mas segue em queda no mês e no ano. A expectativa de novos indicadores econômicos americanos, especialmente sobre inflação e emprego, tem gerado incerteza no mercado.

Fed segue dividido sobre cortes de juros em dezembro, com opiniões divergentes entre seus dirigentes, aumentando a volatilidade.

juros

Na ausência de notícias domésticas relevantes e com baixa liquidez no mercado, as taxas futuras de juros negociadas no Brasil se mantiveram mais estáveis na sexta-feira, com pequenas oscilações durante o dia.

A cautela veio principalmente do exterior, onde a volatilidade causada pelo fim do shutdown e declarações do Federal Reserve reduziram as apostas em cortes adicionais de juros nos EUA.

As taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) para os anos de 2027, 2029 e 2031 apresentaram variações mínimas ao longo da sessão.

Felipe Tavares, economista-chefe da BGC Liquidez, afirma que o mercado avalia que a próxima reunião do Fed não deve resultar em flexibilização da política monetária, especialmente após o fim do shutdown, que trouxe incertezas sobre dados econômicos represados.

Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital Markets, concorda que o ambiente externo foi o principal fator influenciador das taxas no dia, mas destaca que a semana teve quedas importantes nas curvas de juros futuros.

O Banco Central deixou claro que interpreta os dados econômicos de forma mais segura, e a inflação mais baixa de outubro contribuiu para o relaxamento da curva de juros.

Economistas do Santander revisaram a projeção para a taxa básica de juros no fim de 2026 para 12,5%, devido a um cenário mais favorável para a inflação e atividade econômica.

O cenário de mercado mostra resiliência e interesse dos investidores, que mantêm o fluxo positivo para a bolsa e o real, mesmo diante da volatilidade externa.

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