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terça-feira, 09/09/2025

ibovespa cai no começo da semana com expectativa sobre decisões do stf e dos eua

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O Ibovespa começou a semana em queda moderada após atingir recordes na semana passada. No pregão desta segunda-feira, oscilou entre 141.329,17 e 143.089,43 pontos, fechando em 141.791,58, o que representa queda de 0,59%. O volume de negociações foi de R$ 16,7 bilhões. No acumulado do mês, o índice mostra leve alta de 0,26% e no ano, já apresenta valorização de 17,88%.

O foco do mercado está na conclusão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal. Caso seja confirmada a condenação, já precificada pelo mercado, a atenção se volta para possíveis novas sanções pelos Estados Unidos, ex-administrados pelo governo Trump. Setores bancários sofreram perdas importantes, com destaque para o Banco do Brasil e Santander.

Alison Correia, analista e cofundador da Dom Investimentos, destaca que a condenação é dada como certa pela maioria, mas o que intriga o mercado é a reação dos Estados Unidos a esta decisão, se será neutra ou se haverá aplicação de sanções adicionais.

Além das questões políticas, o mercado observa o impacto do Pix parcelado no setor bancário. Fabio Lemos, sócio da Fatorial Investimentos, comenta que as fintechs, com maior conhecimento em tecnologia para a população sem acesso bancário, podem se tornar mais competitivas, apesar de não serem concorrentes diretas dos bancos no caso do Pix parcelado.

A Fitch Ratings avalia que o Pix parcelado poderá aumentar a concorrência com cartões de crédito, transformar o setor varejista e bancário e incentivar a inovação financeira com a maior digitalização dos pagamentos.

Na Bolsa de Valores (B3), as perdas do Ibovespa foram limitadas pelo desempenho positivo da Vale e Petrobras. Empresas como Raízen, Pão de Açúcar e Cosan tiveram ganhos, enquanto CVC, BRF e Magazine Luiza registraram quedas significativas.

Lilian Linhares, sócia e chefe da Rio Negro Family Office, destaca a atratividade do Brasil diante da expectativa de cortes de juros nos Estados Unidos, o que favorece mercados emergentes como o brasileiro, porém, ressalta as incertezas políticas que podem afetar esse quadro.

O ex-embaixador Rubens Barbosa afirmou que a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos depende de gestos políticos do governo brasileiro, como o contato direto entre o presidente Lula e o ex-presidente Trump. Ele alerta para possíveis sanções americanas ao Brasil após o julgamento do ex-presidente Bolsonaro.

dólar

O dólar oscilou, fechando em leve alta de 0,09%, cotado a R$ 5,4173. A moeda americana perdeu força no exterior, mas o aumento das tensões políticas no Brasil e manifestações contra o ministro do STF Alexandre de Moraes afetaram o câmbio. Há receio de sanções ao Brasil ou autoridades locais caso o ex-presidente seja condenado.

Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, comenta que as declarações recentes do governador de São Paulo aumentaram a instabilidade política, impactando o investidor. Ele projeta que o dólar estará em torno de R$ 5,60 no fim do ano.

Externamente, o índice que mede a força do dólar em relação a outras moedas fortes caiu moderadamente. Investidores aguardam a divulgação do CPI dos EUA para avaliar possíveis cortes de juros pelo Federal Reserve.

No mercado emergente, destaque negativo para o peso argentino, que caiu quase 5%, e o peso chileno sofreu desvalorização diante do cenário político e econômico desfavorável.

juros

A curva de juros futuros no Brasil teve leve alta na parte curta, influenciada por declarações do governador de São Paulo sobre o STF. O ambiente internacional baseado em dados econômicos dos EUA favoreceu a estabilidade.

Luis Felipe Laudisio dos Santos, co-gestor da Warren, avalia que o clima político tenso pode atrapalhar as negociações para as eleições presidenciais de 2026. Pesquisa recente mostrou o presidente Lula à frente nas intenções de voto contra o governador Tarcísio.

Nos EUA, os títulos públicos registraram queda após dados fracos do mercado de trabalho, fortalecendo as apostas em cortes de juros pelo Fed. Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, destaca que o mercado também observa os dados locais de inflação, que devem indicar desaceleração.

O IGP-DI divulgado pela FGV mostrou deflação em julho e crescimento menor do que o esperado em agosto, sinalizando menor pressão inflacionária.

Flávio Serrano, economista-chefe do banco BMG, indica que o mercado de juros está em acomodação, sem um direcionador claro para os movimentos recentes. As expectativas inflacionárias apresentaram melhora marginal conforme o boletim Focus.

Apesar da queda nas projeções para a inflação em 2028, as expectativas permanecem acima da meta, o que pode justificar cautela por parte do Banco Central.

Esta conjuntura reflete um momento complexo para o Brasil, com fatores políticos, econômicos e institucionais influenciando o mercado financeiro e a economia nacional.

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