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terça-feira, 23/12/2025

Ibovespa cai com cautela fiscal e política, diferente de NY

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O índice Ibovespa terminou o dia 22 em baixa de 0,21%, ficando em 158.141,65 pontos. Foi um dia com pouca movimentação e os investidores estão cautelosos por causa das notícias sobre finanças públicas e política, além da reação dos juros e da alta do dólar. Diferente do mercado de Nova York, que subiu durante o dia.

Pedro Cutolo, da ONE Wealth Management, explica que o mercado está tentando entender vários fatores, inclusive a preocupação com as finanças do governo e as mudanças nas expectativas da taxa Selic após o relatório Focus.

O Banco Central divulgou que a previsão da Selic para o fim de 2026 subiu de 12,13% para 12,25%. A estimativa da inflação para 2025 caiu de 4,36% para 4,33% e para 2026 diminuiu de 4,10% para 4,06%.

Alguns setores ligados a commodities ajudaram a manter o Ibovespa, mas não o suficiente para compensar a queda em setores mais afetados pelos juros altos. As ações da Vale subiram quase 3% seguindo a alta do minério de ferro, e as da Petrobras subiram cerca de 2%, acompanhando o preço do petróleo no mercado internacional.

Gabriel Mollo, da Daycoval Corretora, comenta que o mercado está reavaliando riscos. Enquanto os papéis de commodities subiram, os setores bancário, de construção civil e varejo caíram, impedindo a alta do Ibovespa. O noticiário sobre finanças públicas e política ainda é complicado, gerando incerteza.

Rubens Cittadin, da Manchester Investimentos, destaca que houve realização de lucros no final do ano. Mesmo com o bom desempenho das empresas de commodities, o movimento não conseguiu se espalhar por todo o mercado, devido à sensibilidade aos juros e ao clima de cautela.

A moeda americana também influenciou o mercado. O dólar subiu forte por causa do fim do ano, com multinacionais mandando lucros para fora do país e pagamento de dividendos a investidores estrangeiros, principalmente da Petrobras.

Alison Correia, da Dom Investimentos, diz que dezembro está diferente este ano. O mercado está atento às incertezas no cenário político, como a possível candidatura de Flávio Bolsonaro em 2026, e às expectativas da política monetária dos EUA. Mesmo assim, o relatório Focus mostrando queda na inflação reforça a chance de corte na taxa de juros no Brasil em janeiro, o que pode beneficiar a Bolsa futuramente.

Luiz Roberto Monteiro, operador da Renascença, aponta que os investidores também observam possíveis fatos políticos, como uma entrevista do ex-presidente Jair Bolsonaro que pode acontecer na terça-feira.

Estadão Conteúdo

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