O Ibovespa caiu nesta quarta-feira, fechando em 136.687,32 pontos, uma queda de 0,89%. Durante o dia, o índice variou entre 136.534,63 e 137.912,90 pontos, mas não conseguiu manter o nível de 137 mil pontos.
Segundo Rubens Cittadin, operador de renda variável da Manchester Investimentos, os dados fracos do varejo mostram uma economia mais lenta, o que preocupa sobre os resultados das empresas, já que os juros continuam altos. Isso impactou principalmente as ações do setor de varejo e consumo, com quedas significativas em CVC, Pão de Açúcar, Petz, Assaí e Magazine Luiza.
Por outro lado, algumas ações tiveram alta, como MRV, SLC Agrícola, Brava, Natura e Localiza. Entre os grandes bancos, o Banco do Brasil teve uma leve alta, enquanto Santander e Bradesco sofreram quedas.
A Vale e a Petrobras fecharam em baixa, acompanhando a queda no preço do petróleo, que preocupa devido ao aumento da oferta no mercado e ao crescimento inesperado das reservas nos Estados Unidos.
Após um início de agosto com ganhos, o Ibovespa enfrenta dificuldades para ultrapassar os 138 mil pontos e se mantém entre 135 e 137 mil pontos nas últimas sessões.
O mercado também analisou o pacote de ajuda do governo federal para minimizar os impactos das tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros, com destaque para medidas que visam proteger empregos e diversificar mercados, conforme a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
dólar
O dólar subiu levemente nesta quarta-feira, ultrapassando R$ 5,40, diante de ajustes e realização de lucros após forte valorização recente. No cenário internacional, as expectativas de corte de juros nos EUA em setembro influenciaram a moeda, que fechou em alta de 0,27%, mas ainda acumula perdas semanais e mensais.
Adauto Lima, economista-chefe da Western Asset, destaca que a alta do dólar ocorre por ajustes e não tem relação direta com o plano do governo brasileiro.
O governo detalhou um pacote com crédito extraordinário, aporte em fundos para exportação e extensão do benefício fiscal Reintegra para empresas que exportam aos EUA, totalizando R$ 9,5 bilhões fora da meta fiscal de 2025.
O índice que mede o dólar frente a moedas fortes (DXY) caiu em agosto e no ano, refletindo expectativas de cortes nas taxas de juros pelos EUA.
juros
O mercado de juros reagiu às declarações do governo sobre a disputa comercial com os EUA e aos dados econômicos recentes. As taxas futuras tiveram movimentos mistos, com os DIs intermediários e longos apresentando leves altas após falas do ministro da Fazenda Fernando Haddad e do presidente Lula.
O pacote “Brasil Soberano” inclui linha de crédito de R$ 30 bilhões com juros subsidiados, compra de produtos perecíveis para reduzir exportações ao mercado americano, seguros à exportação, adiamento de impostos e extensão do Reintegra a todas as empresas exportadoras para os EUA.
Ítalo Franca, especialista do Santander, afirmou que o plano não deve afetar significativamente as contas públicas, mantendo viável o cumprimento da meta fiscal para 2025.
O IBGE divulgou que o volume de vendas no comércio varejista caiu, tanto na versão restrita quanto ampliada, com resultados abaixo das expectativas do mercado.
Luan Aral, trader da Genial Investimentos, e André Esteves, chairman do BTG Pactual, indicam que os juros altos estão ajudando a controlar a inflação e que pode haver espaço para cortes da Selic a partir do final do ano.