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terça-feira, 11/11/2025




Ibovespa bate novo recorde e chega a 155 mil pontos

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Na segunda-feira, 10, o Ibovespa continuou sua sequência de conquistas e alcançou o recorde de 155 mil pontos, fechando em alta de 0,77%. Este foi o 11º fechamento histórico seguido e o 14º dia consecutivo de valorização, aproximando-se de uma marca rara que não se via desde 1994, quando o Plano Real estava sendo implementado.

A movimentação positiva foi influenciada pela expectativa de resolução do shutdown nos Estados Unidos — uma paralisação parcial do governo federal devido à falta de aprovação do orçamento, que inclui a suspensão do pagamento de servidores públicos. Essa melhora no cenário externo incentivou o apetite por investimentos mais arriscados, refletindo no mercado brasileiro.

Andressa Bergamo, especialista em investimentos e fundadora da AVG Capital, destaca que a ausência de dados econômicos importantes dos EUA complicava a tomada de decisões do Federal Reserve, afetando as expectativas para a próxima reunião de juros. Essa falta de informações oficiais vinha gerando incerteza sobre cortes nas taxas de juros em dezembro.

O Ibovespa oscilou durante o dia entre 154.058 e 155.601 pontos, fechando em 155.257 pontos, com volume de negociações de R$ 22,1 bilhões. No mês, o índice sobe 3,82%, e no ano registra alta de 29,08%, aproximando-se do desempenho de 2019, quando o ganho foi de 31,58%.

Marco Noernberg, sócio e estrategista da Manchester Investimentos, ressalta que o índice já se valorizou mais de 10% em apenas um mês e aponta que os próximos dias podem trazer novidades no mercado, com a possibilidade de realização de lucros após uma série prolongada de altas.

Ele alerta para a importância da ata do Copom, que será divulgada na terça-feira, assim como do IPCA oficial de outubro, que poderá influenciar a perspectiva para cortes na taxa Selic. Felipe Cima, analista da Manchester, acrescenta que uma surpresa positiva no índice de inflação pode acelerar a expectativa de redução dos juros no início do próximo ano.

Os principais destaques na Bolsa foram ações da Vale e Petrobras, que registraram valorização, assim como as de Bradesco e Lojas Renner. Em contrapartida, Banco do Brasil, Azzas, Suzano e Usiminas tiveram queda.

dólar

O dólar terminou o quarto dia consecutivo em queda, quase rompendo o patamar dos R$ 5,30, acompanhando o movimento das moedas emergentes que ganharam força com a expectativa do fim do shutdown nos EUA. No fechamento, a moeda norte-americana ficou cotada a R$ 5,3073, a menor desde setembro, acumulando perdas em novembro e no ano.

André Galhardo, economista-chefe da Análise Econômica, afirma que a perspectiva de normalização política nos EUA e o comportamento favorável de commodities têm atraído investimentos para o Brasil, beneficiando o real.

Além disso, o índice que mede o desempenho do dólar em relação a outras moedas fortes se manteve estável, e especialistas destacam que a retomada da divulgação de indicadores econômicos americanos pode trazer clareza para as decisões do Federal Reserve. Representantes do Fed mencionaram a intenção de cortar juros em dezembro, com diferentes opiniões sobre a magnitude desse corte.

No cenário interno, a aprovação da reforma do Imposto de Renda no Senado com benefícios para quem ganha até R$ 5 mil por mês deve ajudar a manter a economia aquecida em 2026, reduzindo preocupações sobre as contas públicas e favorecendo investimentos locais, conforme comentado por membros do governo e economistas.

juros

Com a melhora do cenário externo, os juros futuros na B3 recuaram, principalmente nas médias e longas datas da curva. O contrato de janeiro de 2027 caiu para 13,825%, e o de 2029 ficou abaixo de 13%, algo não visto há um ano. A queda foi influenciada pelo otimismo com a resolução do shutdown nos EUA e expectativa de dados econômicos mais favoráveis.

Laís Costa, analista da Empiricus Research, acredita que o fluxo estrangeiro tem contribuído para essa queda dos juros futuros. No Congresso americano, avanços na aprovação de projetos que encerram a paralisação do governo indicam que a normalidade poderá ser restaurada em breve.

Helcio Takeda, economista da consultoria Pezco, comenta que a divulgação das estatísticas públicas atrasadas nos EUA dará maior segurança para o mercado prever os caminhos da política monetária americana, possivelmente favorecendo a queda dos juros.

Os investidores acompanham atentamente a divulgação do IPCA e a ata do Copom nesta terça-feira, eventos que podem influenciar as expectativas para a política de juros no Brasil. Analistas apontam que dados surpreendentes na inflação oficial, especialmente relacionados a alimentos e bens industriais, poderão reforçar as apostas no início do ciclo de redução da taxa Selic já em janeiro.

Essas informações refletem a conjuntura de um mercado que busca estabilidade e oportunidades em meio a sinais positivos tanto no cenário internacional quanto doméstico.




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