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quarta-feira, 12/11/2025




ibovespa atinge novo recorde próximo de 158 mil com alta de 1,6%

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O Ibovespa continuou sua sequência de sucessos nesta terça-feira, alcançando níveis inéditos perto dos 158 mil pontos e fechando o dia acima de 157 mil pontos pela primeira vez. Esta é a 15ª alta consecutiva do índice da B3, igualando um recorde histórico de 1994, e já soma 12 recordes consecutivos. Caso essa tendência continue, poderá superar o recorde de 19 altas seguidas, registrado no início da década de 90.

Ao final do dia, o Ibovespa estava em 157.748,60 pontos, valorizando 1,6%, com volume financeiro chegando a R$ 35,4 bilhões. No acumulado da semana, o índice subiu 2,39%, e no mês, 5,49%. Neste ano, o ganho acumulado é de 31,15%, praticamente igual ao desempenho de 2019.

Desde o início da recente alta, em 22 de outubro, o Ibovespa avançou 9,48%, cerca de 13,6 mil pontos em relação ao fechamento de 21 de outubro. Em um mês, o índice já subiu 12,13%.

Destaque na economia doméstica, a ata da última reunião do Banco Central mostrou um tom mais flexível do que o comunicado anterior, sugerindo que cortes na taxa Selic podem começar já em janeiro, e não em março, como o mercado supunha.

Com o dólar em baixa, o interesse por ações na B3 se manteve forte, beneficiando grandes empresas como Petrobras e os principais bancos, incluindo BB, Santander e Bradesco. A Vale teve desempenho modesto, fechando em leve baixa.

Entre as ações que mais subiram, estão Braskem, CVC e Cosan, enquanto Natura, Porto Seguro e BB Seguridade tiveram quedas.

Além da ata do Copom, o mercado observou a inflação mais baixa desde 1998, segundo o IPCA de outubro, o que indica uma trajetória positiva para os preços. Apesar disso, a inflação de serviços ainda é um ponto de atenção, conforme destacado pela economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese.

Thiago Calestine, economista da Dom Investimentos, comenta que além dos fatores domésticos, o Ibovespa também tem se beneficiado do movimento global de realocação de investimentos, com recursos sendo direcionados para mercados emergentes como o Brasil.

dólar

O dólar teve sua quinta queda consecutiva, fechando no menor valor em quase um ano e meio. A moeda americana foi enfraquecida por dados fracos do mercado de trabalho nos EUA e pela possibilidade de fim do shutdown, enquanto o real foi valorizado por uma possível entrada de capital externo.

Mesmo com a perspectiva de manutenção da Selic em 15% até janeiro de 2026, o ambiente permanece favorável para a valorização do real devido ao carry trade.

Ricardo Chiumento, superintendente da Tesouraria do BS2, atribui a valorização do real à atratividade do carry trade e ao contexto econômico nos EUA que sugere cortes na taxa de juros americana em breve.

O Banco Central mantém a Selic no nível atual, com sinalizações claras na ata do Copom de que a taxa permanecerá elevada por um período prolongado, apesar do cenário favorável para cortes no próximo ano.

O IPCA de outubro mostrou desaceleração da inflação, reforçando as expectativas de queda futura nos juros e o bom desempenho dos mercados brasileiros. Além disso, dados divulgados pela ADP indicam redução no número de empregos no setor privado americano, o que deve influenciar a política monetária dos EUA.

Cristiano Oliveira, diretor de pesquisa econômica do Banco Pine, enxerga continuidade na valorização do real, citando fatores como juros reais altos e condições favoráveis no cenário internacional.

Para ele, o dólar pode chegar a R$ 5,00, embora no curto prazo veja um intervalo tático entre R$ 5,10 e R$ 5,20.

juros

Os juros futuros de curto e médio prazo fecharam em queda, atingindo os menores níveis em aproximadamente um ano, influenciados pela ata do Copom e pela inflação mais branda registrada em outubro.

Esses indicadores aumentaram a expectativa de que o Banco Central comece a reduzir a Selic em janeiro e confirmaram maior flexibilidade no orçamento.

As taxas dos contratos futuros para 2027, 2028 e 2029 tiveram quedas significativas, alcançando mínimos desde novembro do ano passado. Mesmo com o mercado de Treasuries fechado nos EUA devido a um feriado, os elementos domésticos foram decisivos para o fechamento da curva de juros local.

Gustavo Okuyama, gestor de renda fixa da Porto Asset, considera a ata do Copom como central para o mercado, esclarecendo dúvidas sobre o impacto da isenção do IR para salários e sobre a decisão de manter a Selic elevada por um período prolongado.

Ele destaca que a intenção do Banco Central é manter os juros no nível atual por um tempo significativo, suficiente para garantir a convergência da inflação para a meta de 3%.

Apesar de não indicar mudança brusca na política monetária imediata, a ata junto à desaceleração da inflação sugerem maior probabilidade de cortes nos juros no começo do próximo ano, embora a Porto Asset aposte em uma redução mais conservadora em março.

O IPCA de outubro também mostrou uma composição favorável, com núcleos de inflação controlados e revisões para baixo nas projeções de inflação para 2025 por instituições como UBS BB.

Em resumo, o cenário econômico brasileiro apresenta sinais positivos, com o índice Ibovespa em alta histórica, o dólar em queda e perspectivas de juros mais baixos, indicadores que reforçam a confiança dos investidores no país.

Estadão Conteúdo




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