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quinta-feira, 27/11/2025




ibovespa atinge 158,5 mil pontos e bate recorde histórico

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O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, subiu 1,7% nesta quarta-feira e fechou em 158.554,94 pontos, superando o recorde anterior de 11 de novembro, que era 158.467,21 pontos. Durante o pregão, chegou a atingir 158.713,52 pontos.

Patrick Buss, operador da Manchester Investimentos, explica que a alta foi puxada principalmente pelas ações do setor financeiro, impulsionadas por uma inflação mais controlada, medida pelo IPCA-15 de novembro. Esse cenário favorece a expectativa de redução da taxa Selic pelo Banco Central já no primeiro trimestre do ano que vem.

Entre as ações de grande peso na bolsa, a Petrobras teve leve queda, enquanto a Vale avançou 1,49%, acompanhando o índice em alta. Os bancos tiveram variações positivas significativas, com destaque para o Bradesco, que subiu 3,01%. Entre as maiores altas do dia estiveram a Rumo (+9,14%), Vamos (+6,63%) e Assaí (+6,38%), enquanto as maiores quedas foram da Hapvida (-7,15%), Magazine Luiza (-1,46%) e Vibra (-1,00%).

Bruno Perri, economista da Forum Investimentos, apontou que a queda das ações da Hapvida está relacionada a rebaixamentos após o balanço do terceiro trimestre.

O volume financeiro negociado na B3 chegou a R$ 26,8 bilhões no dia, que antecede o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, onde as bolsas estarão fechadas. Na semana, o Ibovespa avançou 2,45%, acumulando alta de 6,03% no mês e 31,82% no ano.

João Paulo Fonseca, da HCI Advisors, comenta que o resultado do IPCA-15 trouxe mais otimismo para a bolsa, ampliando as chances de corte da taxa de juros em janeiro. A pressão nos preços das passagens aéreas foi compensada pela queda nos alimentos, ajudando a manter a inflação em queda.

Nos EUA, o relatório do Fed conhecido como Livro Bege indicou desaceleração da atividade econômica, alimentando expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve em dezembro. Isso também contribuiu para ganhos marginalmente maiores nos principais índices de Nova York, como Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq.

Gabriel Mollo, analista da Daycoval Corretora, observa que o mercado está apostando em cortes de juros nos EUA, o que pode sustentar a alta nos preços das ações.

Daniel Teles, da Valor Investimentos, ressalta que a bolsa brasileira ainda tem espaço para crescer comparada a outros mercados emergentes, apesar das incertezas fiscais e das taxas de juros ainda elevadas. Rodrigo Moliterno, da Veedha Investimentos, destaca que o cenário internacional favorável e a expectativa de queda da Selic em janeiro têm dado apoio ao mercado, ofuscando preocupações com medidas fiscais recentes.

O IPCA-15 de novembro subiu 0,20%, a menor alta para o mês desde 2019, indicando uma desaceleração na inflação.

dólar

O dólar registrou a terceira queda consecutiva, influenciado pelo otimismo externo e pela expectativa de cortes de juros nos EUA. O real se valorizou, fechando em R$ 5,3346, queda de 0,78% no dia e acumulando perda semanal de 1,24%. No ano, a moeda americana recua 13,68% frente ao real.

André Galhardo, economista-chefe da Análise Econômica, explica que a desvalorização do dólar está ligada à expectativa de cortes nos juros americanos, reforçada por dados econômicos recentes e declarações do Fed, apesar de algumas dúvidas sobre o ritmo do afrouxamento monetário em 2026.

O índice PMI de Chicago caiu significativamente em novembro, indicando contração da atividade econômica no país, o que reforça a possibilidade de cortes de juros.

O índice DXY, que acompanha o dólar contra outras moedas fortes, apresentou leve queda. Em contrapartida, o iene japonês enfraqueceu frente ao dólar, o que pode estimular operações de carry trade com moedas de países com juros altos, como divisas latino-americanas.

Apesar do apetite por moedas emergentes e a manutenção da taxa Selic em 15%, existem preocupações quanto a possíveis efeitos negativos da aprovação de medidas fiscais recentes e potenciais antecipações de dividendos que podem aumentar remessas ao exterior, pressionando o real.

juros

Os juros futuros no Brasil mostraram comportamento misto, com alta nos vencimentos de curto prazo e queda nos mais longos. A prévia da inflação oficial, IPCA-15, um pouco acima do esperado, ajudou a sustentar as taxas curtas, enquanto o cenário externo e a queda do dólar deram suporte para baixas em prazos maiores.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que não haverá exceções no arcabouço fiscal para solucionar questões como a crise nos Correios, que não será privatizado, comentário que influenciou as taxas intermediárias e longas.

Ao final do dia, a taxa do DI para janeiro de 2027 foi de 13,51%, para janeiro de 2029 foi de 12,705% e para janeiro de 2031 ficou em 13,015%. O IPCA-15 apresentou leves surpresas positivas, mas o processo de desinflação segue em curso. Economistas divergem sobre o momento do início do ciclo de cortes da Selic, podendo ocorrer entre janeiro e março.

Alexandre Maluf, da XP, reforçou que a desaceleração da inflação continua sustentada principalmente por alimentos e bens industriais, embora os serviços ainda estejam mostrando resistência com alta nos preços.

O conteúdo foi produzido com base em análise econômica e dados recentes divulgados pelo IBGE e pelo mercado financeiro.




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