Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), explicou que o aumento contínuo nos serviços prestados no Brasil se deve principalmente a setores que são menos afetados pelas variações da economia.
Os segmentos que mais impulsionam o crescimento dos serviços têm características próprias que os protegem de mudanças econômicas, como os serviços de tecnologia da informação, publicidade e intermediação por meio de plataformas digitais.
Rodrigo Lobo destacou que “a própria dinâmica desses setores mantém o crescimento constante”.
O transporte rodoviário de cargas, que representa a maior parte da pesquisa (13,3%), cresceu devido à alta demanda do setor agrícola em um ano de safra recorde, além da necessidade do comércio eletrônico. Já a tecnologia da informação tem mantido seu avanço desde a pandemia da covid-19.
Rodrigo Lobo comentou que “o aumento das taxas de juros não prejudica o setor de tecnologia da informação. Já os serviços para famílias são mais sensíveis a indicadores como taxa de juros, emprego e preços.” Ele ressaltou que esses serviços melhoram quando o emprego e a renda aumentam e os preços caem.
O setor de serviços acumulou alta de 2,4% em seis meses consecutivos: fevereiro (0,8%), março (0,4%), abril (0,4%), maio (0,2%), junho (0,4%) e julho (0,3%).
Em julho, o crescimento foi impulsionado por três áreas: informação e comunicação (1,0%), serviços profissionais e administrativos (0,4%) e serviços às famílias (0,3%).
Por outro lado, os transportes (-0,6%) e outros serviços (-0,2%) tiveram queda. Ainda assim, os maiores avanços vieram do transporte rodoviário de cargas, tecnologia da informação, concessionárias de rodovias e aluguel de carros.
Estadão Conteúdo
