Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal, informou que não pode afirmar se o presídio da Papuda está preparado para receber o ex-presidente Jair Bolsonaro, pois desconhece o estado de saúde dele.
Bolsonaro enfrenta o encerramento do processo no Supremo Tribunal Federal, que decidiu pela sua condenação a 27 anos e três meses de prisão. Depois do esgotamento dos recursos, ele pode ser encaminhado para cumprir a pena em regime fechado.
A chefe de gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do STF, esteve na Papuda e no 19º Batalhão de Polícia Militar, conhecido como Papudinha, local onde o ex-ministro Anderson Torres esteve preso preventivamente.
Ibaneis ressaltou que não conhece as condições de saúde do ex-presidente, por isso não pode garantir que o presídio tenha condições para aceitar e cuidar dele.
Sobre uma possível contestação do Governo do Distrito Federal a uma decisão do STF neste sentido, o governador explicou que essa decisão cabe ao Supremo e à Vara de Execuções Penais, e que a Secretaria de Administração Penitenciária de Brasília é a responsável por cumprir qualquer ordem.
A Secretaria enviou recentemente um pedido ao ministro Moraes para que Bolsonaro passe por uma avaliação médica para verificar se está apto a permanecer em presídios locais. No entanto, o magistrado entendeu que esse pedido não é pertinente antes do término do processo judicial.
Ibaneis disse desconhecer o estado de saúde do aliado Bolsonaro, mas mencionou que sua vice-governadora, Celina Leão, tem mais informações a respeito.
Celina Leão esteve com Bolsonaro em meados de agosto e afirmou que a Papuda não está adequada para receber o ex-presidente, que tem necessidades especiais como dieta e cuidados por causa da idade e de cirurgias anteriores.
Ela destacou que o sistema penitenciário não possui estrutura para preparar a alimentação específica que Bolsonaro necessita.
A vice-governadora é pré-candidata ao governo do DF, buscando apoio de partidos como PL, PP, MDB e Republicanos. O grupo político tenta organizar uma chapa envolvendo Michelle Bolsonaro, Ibaneis Rocha e Celina Leão, com o atual secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha, como provável vice.
Entretanto, a possível candidatura da deputada federal Bia Kicis ao Senado pode complicar essa aliança política.