Lígia Gualberto destacou que o avanço tecnológico tem permitido a criação de ferramentas baseadas em inteligência artificial (IA) que auxiliam no monitoramento da saúde de idosos. Essas tecnologias podem identificar riscos, ajudar na mobilidade, lembrar sobre a medicação, combater a solidão, e detectar transtornos como ansiedade e depressão.
Durante uma audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, Lígia Iasmine Gualberto, que coordena ações sobre o tema no Ministério da Saúde, explicou que a internet ampliou o acesso à telessaúde, e que a pandemia acelerou a digitalização, fazendo com que mais idosos utilizem celulares e computadores.
Ela ressaltou os possíveis benefícios da IA, como melhorar a qualidade de vida, bem-estar e facilitar o acesso a procedimentos médicos. Porém, alertou para as barreiras que ainda existem, especialmente a necessidade de garantir informações seguras, corretas e baseadas em evidências científicas.
Lígia Gualberto afirmou ainda que a IA pode estimular a socialização e a cognição, mas é fundamental estar atento aos riscos como dependência tecnológica, isolamento social, privacidade e dificuldades com a tecnologia.
O Ministério da Saúde tem investido para expandir a Rede Nacional de Dados em Saúde, conectando sistemas e ampliando a telessaúde, o que contribui para melhor atendimento dos idosos.
Segurança digital para idosos
Daniel Boson, analista do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, comentou sobre a importância de investir na transformação digital para aumentar o acesso a serviços públicos e desenvolver tecnologias que beneficiem os idosos.
Ele ressaltou que, pelo portal gov.br, os cidadãos contam com mais de cinco mil serviços digitais, mas observou que é essencial fortalecer a segurança cibernética para proteger dados pessoais, já que os idosos são mais vulneráveis a crimes digitais.
Daniel Boson destacou a necessidade de uma ação conjunta entre o Governo, Parlamento e associações para enfrentar esses desafios. Ele mencionou também o uso do WhatsApp como meio para facilitar o acesso dos idosos a serviços públicos.
A audiência foi convocada pelo deputado Geraldo Resende (PSDB-MS) com o objetivo de debater as formas pelas quais a inteligência artificial pode ser usada para melhorar o cuidado aos idosos e garantir seu bem-estar.