Detido por participar de uma rede que envolvia o tráfico de pessoas, exploração sexual de menores, trabalho infantil artístico ilegal e lavagem de dinheiro, o influenciador Hytalo Santos também circulava com facilidade em eventos promovidos pelo Comando Vermelho, a maior facção criminosa do Rio de Janeiro.
A coluna Na Mira teve acesso a um vídeo feito no Complexo do Alemão, território controlado pelo CV, durante o conhecido “Baile da Escolinha”. A festa, que servia para lavar dinheiro do tráfico, era organizada pelo traficante Fhillip da Silva Gregório, apelidado de Professor, falecido em 1º de junho deste ano.
Nas imagens, gravadas no começo deste ano, podemos ver Hytalo dançando e interagindo descontraidamente com Gabriel Dias de Oliveira, conhecido como Índio. Este membro da facção está sob investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) por suposta lavagem de dinheiro para o Comando Vermelho. Índio teria ligações próximas com Edgar Alves de Andrade, o Doca, um dos líderes do CV.
Outro indivíduo presente é o deputado estadual Tiego Raimundo dos Santos Silva (MDB), conhecido como TH Joias. Tiego, que se apresenta como designer de joias em sua rede social, é conhecido por atender celebridades como os jogadores Adriano Imperador e Neymar.
O parlamentar está sob suspeita das autoridades por sua possível ligação com o crime organizado e sua proximidade com o CV. Sentenciado a 14 anos, 11 meses e 22 dias de prisão pelo Tribunal do Rio de Janeiro em 2022, chegou a ficar quase dez meses encarcerado, entre 2017 e 2018, e só conseguiu assumir o cargo graças a um habeas corpus que lhe permite recorrer da sentença em liberdade.
TH Joias é acusado de lavagem de dinheiro para as três principais facções criminosas do estado do Rio de Janeiro: Comando Vermelho (CV), Terceiro Comando Puro (TCP) e Amigo dos Amigos (ADA). Ele também responde por crimes de corrupção ativa e organização criminosa.
O influenciador Hytalo Santos e seu marido Israel Nata Vicente, apelidado de “Euro”, tiveram papel significativo em uma rede nacional de tráfico humano. Eles supostamente adquiririam crianças e adolescentes para treiná-los e inseri-los em canais digitais da dupla. O casal foi preso em Carapicuíba (SP), numa operação que cumpriu mandados da Justiça da Paraíba. Eles estão sendo investigados por tráfico de pessoas, exploração sexual de adolescentes, trabalho infantil irregular para fins artísticos e lavagem de dinheiro.
A investigação revelou que Hytalo Santos usava uma rede de contatos para captar meninas e meninos vulneráveis economicamente. As vítimas eram aliciadas, levadas e exploradas numa situação que envolvia exploração sexual, trabalho forçado ou outras formas de servidão.