No primeiro semestre de 2025, o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) atendeu 12.888 casos de emergência pediátrica, especialmente tratando a bronquiolite viral aguda, uma doença que aumenta durante a temporada de infecções respiratórias. Mais da metade dos pacientes (51,21%) veio do Entorno Sul, mostrando a importância da unidade para a região.
Com o uso de nova tecnologia, treinamento e suporte das UPAs, o hospital conseguiu diminuir a pressão na UTI e melhorar o atendimento clínico.
Dentre os procedimentos mais frequentes, destacam-se as punções para acesso venoso periférico (6.197) e as coletas de secreções nasais e de garganta (2.686). Layana Lopes, chefe de enfermagem do pronto-socorro infantil, ressaltou que a bronquiolite exige cuidados constantes. “Bronquiolite é uma doença complicada, e a criança pode se agravar rapidamente. Um atendimento eficaz precisa de uma equipe preparada para agir rapidamente”, explicou.
Uma das medidas adotadas foi a implantação do cateter nasal de alto fluxo (CNAF) em 2024. Com 183 profissionais treinados em enfermagem, fisioterapia e medicina, a tecnologia trouxe resultados muito positivos: entre 254 crianças que usaram o CNAF, 77% tiveram uma melhora importante, evitando internações na UTI pediátrica.
A fisioterapia também foi essencial no cuidado das crianças, conforme destacou Danielle Fontenele, chefe do serviço de saúde funcional do HRSM. “O uso antecipado do cateter em Santa Maria foi fundamental para enfrentarmos o período crítico com mais segurança”, disse.
O pediatra Fernando de Souza Martins destacou a evolução dos procedimentos ao longo das últimas temporadas. “Os fluxos de atendimento melhoraram muito. Isso é fruto da dedicação da equipe e da atualização constante dos protocolos”, afirmou. A pediatra Loren Abreu Nobre relatou o esforço da equipe no pico da doença: “Foi um período muito intenso, parecia que estávamos em uma batalha. Mas conseguimos vencer. Temos muito orgulho do nosso time”.
Atendimento nas UPAs auxilia a desafogar hospitais
Um fator importante no combate à bronquiolite foi o fortalecimento do atendimento pediátrico nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). As UPAs de São Sebastião, Sobradinho, Recanto das Emas e Ceilândia passaram a contar com pediatras e estrutura adequada para receber crianças com sintomas respiratórios.
Entre janeiro e junho de 2025, essas unidades realizaram 33.475 atendimentos pediátricos. A médica Ana Carolina Gomes, que trabalha nas UPAs de São Sebastião e Sobradinho, comentou: “Essa ação mudou o modo de atender as crianças no DF. Com UPAs bem equipadas e equipes preparadas, reduzimos a pressão nos hospitais e oferecemos assistência rápida perto de casa”.
IgesDF debate formas de tratar a bronquiolite
Para melhorar ainda mais o atendimento da bronquiolite, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF) promoveu, na última segunda-feira (28), uma nova fase do projeto Educa em Ação. O encontro foi no auditório do HRSM e reuniu profissionais de saúde da linha de frente.
A superintendente do hospital, Eliane Abreu, ressaltou a importância do planejamento e da cooperação com a rede de saúde regional. “O planejamento vai além do hospital. Trabalhamos junto com a região sul, o conselho de saúde, unidades básicas e outros parceiros. Nossa missão é antecipar os desafios”, afirmou.
Informações da Agência Brasília