20.5 C
Brasília
terça-feira, 30/12/2025

Hospital de Brasília ajuda crianças internadas a continuar estudando

Brasília
nuvens quebradas
20.5 ° C
20.5 °
18.7 °
85 %
2.6kmh
75 %
qua
29 °
qui
29 °
sex
26 °
sáb
25 °
dom
20 °

Em Brasília

Crianças que precisam ficar internadas por longos períodos enfrentam dificuldades para continuar seus estudos. No Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB), existem programas que permitem que o tratamento de saúde não atrapalhe o aprendizado, mesmo com as limitações de estar no hospital. A oferta de aulas no hospital é garantida por uma regra das Secretarias de Educação e Saúde do Distrito Federal, que autoriza professores da rede pública a trabalharem dentro do hospital.

Hoje, o hospital conta com duas professoras da Secretaria de Educação que atendem crianças em tratamento de câncer, matriculadas na rede pública do Distrito Federal, nos primeiros anos escolares, desde a Educação Infantil até o 5º ano do Ensino Fundamental.

Amanda Cruz é uma dessas professoras e explica como começam o trabalho com as crianças: “Visitamos os quartos, coletamos informações da escola, como nome, série, turma, e o contato da escola. Depois, pedimos às escolas que enviem as atividades que a criança está estudando no momento”.

Com isso, as professoras garantem que as crianças não parem de aprender. As atividades são impressas e feitas no quarto ou, quando possível, em uma sala separada, às vezes com pequenos grupos. “Quando a criança recebe alta, entregamos as atividades feitas para a família e enviamos um relatório para a escola, informando o que a criança aprendeu e o que não conseguiu acompanhar”, conta a professora.

A psicopedagoga do hospital, Patrícia Lamounier, destaca que o foco principal são os pacientes com câncer, pois ficam afastados da escola por muito tempo. “Hoje, a maioria dos pacientes afastados da escola são esses. Eles não podem ir à escola presencialmente por causa do tratamento. Para quem não está matriculado ou vem de outro estado, fazemos um acompanhamento especial, sempre avaliando a idade da criança e suas habilidades. Não alfabetizamos, mas apresentamos conteúdos alinhados ao Currículo em Movimento”, explica.

Para as famílias, esse apoio educacional é muito importante. Lorrany da Silva, mãe de Luna Alves, de 5 anos, explica que isso muda a forma como a filha vê o hospital: “Esse suporte é ótimo para crianças que estudam e não podem ir à escola. A Luna gosta tanto que às vezes espera a professora no quarto e pergunta: ‘A professora não vem me visitar hoje?’. Eu digo os dias, mas ela sente falta. As aulas distraem a mente das crianças e as deixam menos entediadas.”

Além de manter o aprendizado, o acompanhamento ajuda a evitar que a criança se sinta excluída quando volta à rotina fora do hospital. Denise Silva, mãe de Stephanny Silva, de 10 anos, conta que o serviço faz com que a filha não fique perdida na escola: “Só de ter aulas já é uma alegria. As professoras vêm ao quarto, esclarecem dúvidas e ajudam a Stephanny. Antes, quando ela voltava para a escola, perdia muita matéria porque nós, os pais, não tínhamos tempo para ensinar tudo. Agora, com o acompanhamento aqui, ela consegue acompanhar a turma.”

Stephanny já pensa no futuro e vê nas aulas uma oportunidade: “Minha matéria favorita é português, mas também gosto de ciências e de estudar o corpo humano. Quando crescer, quero ser médica de crianças e delegada.”

Quando a escola não envia material ou a criança não está matriculada na rede pública do Distrito Federal, as professoras usam um banco próprio de atividades e consultam o Currículo em Movimento, um documento da Secretaria de Educação com os conteúdos pedagógicos para cada ano escolar. O atendimento inclui também a Educação Especial, adaptando as atividades às necessidades de cada criança.

A equipe pedagógica reforça a importância de manter a ligação das crianças com a escola, algo fundamental em suas vidas.

* Informações fornecidas pelo Hospital da Criança de Brasília

Veja Também