O Hospital de Base do Distrito Federal será o primeiro no Centro-Oeste a utilizar um sistema que permite acompanhar, em tempo real, os pacientes que fazem diálise peritoneal.
Rodolfo Lira, diretor de Atenção à Saúde do IgesDF, explica que o sistema começará a ser instalado ainda este ano para novos pacientes da nefrologia. “Este é um avanço para uma saúde pública moderna, conectada e focada no paciente. O Hospital de Base, junto com o Hospital do Rim em São Paulo, é um dos primeiros na América Latina a adotar essa plataforma”, afirma.
A diálise peritoneal serve para pessoas com problemas renais graves. Ao contrário da hemodiálise, que exige ir sempre ao hospital, esse tratamento pode ser feito em casa pelo próprio paciente. Atualmente, 120 pacientes do HBDF já usam esse método com equipamentos fornecidos pelo hospital.
Tecnologia
O novo sistema permite que a equipe médica monitore, em tempo real, dados do tratamento feito em casa. Informações como volume de líquido retirado, tempo da sessão, adesão ao tratamento e possíveis problemas são enviadas diretamente aos profissionais de saúde.
A diretora clínica do HBDF, Cristhiane Gico, está animada para usar essa tecnologia. “Ela permite ajustes rápidos no tratamento, acompanhamento próximo e diminui complicações, dando ao paciente mais autonomia, conforto e segurança”.
A médica nefrologista acrescenta que com o monitoramento o paciente precisará vir ao hospital só se for necessário mudar a prescrição. No restante do tempo, ele será acompanhado à distância, online pela plataforma.
Como funciona
Antes de iniciar o tratamento no Hospital de Base, o paciente recebe consulta, avaliação e treinamento. A diálise peritoneal usa a membrana dentro da barriga para filtrar as toxinas e o excesso de líquidos. O procedimento começa com a colocação de um cateter, feita de forma simples e sem dor.
Em casa, uma máquina de cerca de 70 cm faz a filtragem automaticamente durante a noite, por 8 a 10 horas. Para garantir segurança, o paciente tem em média 15 aulas práticas com a equipe de enfermagem.
A chefe do Serviço de Nefrologia, Flávia Gonçalves, destaca que a diálise peritoneal traz várias vantagens em relação à hemodiálise. “Permite que o tratamento seja em casa, com mais conforto e independência, além de diminuir a exposição a hospitais, reduzindo riscos de infecção. E com o novo sistema, esse monitoramento é completo”, explica.
*Com informações do IgesDF