Mulheres mais jovens que usam contraceptivos mostraram menos riscos de contrair a doença do que mulheres na menopausa ou que não tomam anticoncepcionais
Um estudo feito pela universidade britânica King’s College London apontou que o estrogênio, principal hormônio no desenvolvimento sexual feminino e no ciclo menstrual, pode ter um papel crucial na proteção contra o novo coronavírus. Segundo os pesquisadores, isso pode explicar porque os homens são mais afetados pela doença do que as mulheres.
A pesquisa foi feita com base na análise de um aplicativo de sintomas da covid-19 entre mulheres após a menopausa, antes da menopausa, mulheres que tomam anticoncepcionais e mulheres após a menopausa que fazem reposição hormonal. Mais de 500 mil mulheres foram analisadas no Reino Unido para a conclusão do estudo.
O estrogênio interage diretamente com o sistema imune e é capaz de afetar até mesmo a quantidade de células imunes produzidas pelo corpo e como elas devem responder a uma infecção.
Mulheres que já passaram pela menopausa, com idades entre 40 e 60 anos, de acordo com a análise dos cientistas, tiveram um risco maior de ter um provável quadro de covid-19, enquanto mulheres de 18 a 45 anos que fazem uso de contraceptivos combinados mostraram menos riscos de contrair a doença e até uma redução nas probabilidades de internação. Já o uso de terapias de reposição hormonal aumentou o risco de contrair a doença, mas sem interferência direta com internação hospitalar.
“A nossa hipótese era de que mulheres na pré-menopausa com níveis mais altos de estrogênio teriam casos menos severos de covid-19 se comparadas com mulheres da mesma idade que já passaram pela menopausa, e nossas descobertas apoiaram essa teoria. Adicionalmente, quando comparamos um grupo mais jovem de mulheres que faz o uso de pílulas contraceptivas orais com outro que não toma a medicação, vimos casos menos graves em mulheres que tomam anticoncepcionais, o que sugere que os hormônios na medicação podem oferecer proteção contra a covid-19”, explica a doutora Karla Lee, coautora da pesquisa.
O estudo ainda não passou pela revisão de pares e nem foi publicado em uma revista científica.