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quarta-feira, 10/12/2025

Honduras vai prender ex-presidente solto por Trump

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O procurador-geral de Honduras, Johel Zelaya, pediu nesta segunda-feira (8/12) que as agências de segurança nacional e a Interpol cumpram o mandado de prisão contra o ex-presidente Juan Orlando Hernández, que foi indultado na semana passada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

“Informo ao povo hondurenho que instruí a Atic (Agência Técnica de Investigação Criminal) e também peço às agências de segurança do Estado e nossos parceiros internacionais, como a Interpol, que executem o mandado de prisão internacional contra o ex-presidente Juan Orlando Hernández”, declarou Zelaya nas redes sociais.

Hernández foi condenado por colaborar no transporte de toneladas de cocaína para os Estados Unidos. Ele passou de suposto aliado dos EUA na guerra contra as drogas a alvo de um pedido de extradição do país logo após deixar o cargo em 2022, sendo detido e encaminhado aos EUA pela atual presidente, Xiomara Castro, do partido social-democrata Libre.

Eleição acirrada em Honduras

O caso acontece enquanto Honduras ainda espera a definição de seu próximo presidente, em meio a uma contagem de votos que foi interrompida diversas vezes por problemas técnicos, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Antes de anunciar o indulto de Hernández, Trump manifestou apoio ao candidato presidencial Nasry “Tito” Asfura, do mesmo partido de Hernández, o conservador Partido Nacional de Honduras, estimulando os hondurenhos a votarem nele.

Com 99% das urnas apuradas, Asfura liderava à frente de Salvador Nasralla, também conservador do Partido Liberal, por uma pequena margem. O vencedor só será divulgado após a revisão de milhares de atas que apresentam inconsistências.

Uma vitória de Asfura poderia facilitar o eventual retorno de Hernández a Honduras.

Nasralla fez do combate à corrupção o ponto central de sua campanha e afirmou que Hernández lhe roubou a eleição de 2017, em um processo marcado por irregularidades. Hernández sempre negou qualquer irregularidade e afirmou ter sido um dos maiores parceiros dos EUA na luta contra as drogas.

Apoio da Casa Branca

Trump anunciou sua intenção de perdoar Hernández dias antes das eleições nacionais de Honduras, inserindo um novo fator na disputa.

Enquanto alguns hondurenhos ainda guardam memória positiva dos mandatos de Hernández, muitos se surpreenderam com a possibilidade de que um homem condenado por tráfico de drogas fosse libertado antes do cumprimento total da pena.

Hernández foi solto em 1º de dezembro, depois de receber o indulto de Trump em 28 de novembro, na véspera das eleições gerais de 30 de novembro.

O ex-presidente cumpria pena de 45 anos em Nova York por tráfico de drogas e comércio ilegal de armas. Ele foi preso em Tegucigalpa em fevereiro de 2022, poucas semanas após deixar a presidência, após um pedido de extradição dos EUA, que foi atendido em abril do mesmo ano.

Trump afirmou que os hondurenhos pediram o perdão para Hernández e que, após análise, concluiu que ele foi tratado de forma injusta pelos promotores.

Os crimes imputados a Hernández fazem parte de um escândalo financeiro que também envolveu políticos, empresários e cidadãos comuns, relacionados ao desvio de fundos públicos para campanhas eleitorais de 2013.

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