PAULO EDUARDO DIAS e ISABELLA MENON
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Durante uma audiência realizada na segunda-feira (1º), Douglas Alves da Silva disse ter sido agredido por policiais civis enquanto era preso em um quarto de hotel na zona leste de São Paulo. Um vídeo mostra o momento em que ele reclama da situação.
Ele é suspeito de atropelar e arrastar Tainara Souza Santos, 31 anos, na manhã de sábado (29), no Parque Novo Mundo, zona norte da cidade. Douglas atingiu a vítima com seu carro, um Golf preto, em uma avenida próxima à marginal Tietê, e seguiu dirigindo mesmo com o corpo dela preso ao veículo. Tainara está em estado grave.
Na audiência, Douglas afirmou que não tentou fugir, ao contrário do que consta no boletim de ocorrência. Segundo o registro policial, ele resistiu à prisão, tentou tomar a arma de um policial, e foi baleado no braço. Depois, foi levado ao hospital e em seguida para a delegacia. A Folha de S.Paulo teve acesso a este documento.
O advogado de Douglas, Marcos Tavares Leal, disse que seu cliente estava dormindo quando a polícia entrou no quarto e o agrediu. Durante audiência, afirmaram que Douglas tinha feridas do tiro e outros machucados. Por isso, pediram atendimento médico e exame de corpo de delito, que foram autorizados pelo juiz.
A promotora que participou da audiência perguntou ao suspeito se ele poderia reconhecer os policiais que teriam sido responsáveis pela agressão, e ele confirmou que sim.
O juiz do caso solicitou à Corregedoria que investigue a conduta dos policiais na prisão de Douglas.
Em nota, a Polícia Civil declarou que a ação foi legal e cumpriu todos os requisitos exigidos. A corporação informou que Douglas foi autuado por resistência e desobediência, recebeu atendimento médico e permaneceu preso por decisão da Justiça após a audiência.
O CASO
Douglas atropelou Tainara no sábado (29), no Parque Novo Mundo, zona norte de São Paulo. Ele a atingiu com um Golf preto em uma avenida próxima à marginal Tietê e continuou dirigindo com o corpo preso ao veículo.
Câmeras de segurança e motoristas próximos registraram o atropelamento e o carro arrastando a vítima na marginal.
Após o ocorrido, policiais militares usaram imagens e dados de radares para localizar o suspeito, mas ele não foi encontrado em seu endereço.
Segundo o boletim de ocorrência, o atropelamento aconteceu perto de um bar, onde testemunhas presenciaram o episódio.
Um trabalhador do local disse à polícia que o motorista agiu de propósito ao atropelar a vítima.
Quando o corpo da mulher estava sob o carro, o motorista teria puxado o freio de mão e movimentado o veículo de forma brusca.

