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quinta-feira, 28/08/2025

Hepatite D é reconhecida como causadora de câncer pela OMS

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) oficialmente classificou a hepatite D como uma doença capaz de causar câncer. Este anúncio, feito pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), coloca a hepatite D na mesma categoria das hepatites B e C, que são reconhecidas por aumentar o risco de câncer de fígado.

A hepatite D ocorre somente em pessoas que já estão infectadas com o vírus da hepatite B, e segundo a IARC, o risco de desenvolver câncer para quem tem a hepatite D é de duas a seis vezes maior do que para quem tem apenas hepatite B. Esta mudança no status da doença é um avanço importante para melhorar a detecção precoce, o diagnóstico e o acesso a tratamentos modernos.

As hepatites virais, classificadas em tipos A, B, C, D e E, são uma das principais causas de infecções agudas no fígado ao redor do mundo. Dentre esses, apenas os tipos B, C e D têm potencial para se tornarem crônicas, o que eleva as chances de cirrose, insuficiência hepática e câncer hepático.

Atualmente, mais de 300 milhões de pessoas vivem com hepatites B, C ou D, resultando em aproximadamente 1,3 milhão de mortes anuais, principalmente devido a complicações graves no fígado.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou: “A cada 30 segundos, uma pessoa morre por uma doença hepática grave ou câncer de fígado relacionado à hepatite. Entretanto, dispomos dos meios para combater a hepatite”.

É importante destacar que muitas pessoas portadoras da hepatite desconhecem sua condição, o que reforça a necessidade de ampliar as campanhas de vacinação, os exames de detecção e os tratamentos.

Para a hepatite C, há medicamentos disponíveis que podem curar a doença em até três meses. No caso da hepatite B, o tratamento contínuo ajuda a controlar a infecção. Já para hepatite D, novas opções terapêuticas estão em desenvolvimento.

Meg Doherty, médica e diretora de Ciência para a Saúde da OMS, ressaltou: “Só será possível reduzir significativamente as mortes por cirrose e câncer hepático com a integração urgente dos serviços de hepatite aos sistemas nacionais de saúde”.

O que é a hepatite D?

De acordo com o Ministério da Saúde, a hepatite D, também conhecida como hepatite Delta, é causada pelo vírus HDV, que necessita da presença do vírus da hepatite B para infectar o organismo.

A transmissão da hepatite D ocorre de forma semelhante à da hepatite B, incluindo relações sexuais sem proteção, transmissão da mãe para o filho durante a gravidez ou parto, compartilhamento de objetos cortantes, uso de drogas injetáveis com material contaminado, além de procedimentos cirúrgicos ou estéticos realizados sem a devida esterilização.

Os sintomas podem não aparecer, mas geralmente incluem fadiga, dor abdominal, tontura, pele e olhos amarelados, náuseas, vômitos, urina escura, fezes claras e febre. O diagnóstico é confirmado por exames de sangue que identificam anticorpos contra o HDV, juntamente com a análise do histórico clínico e epidemiológico do paciente.

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