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quarta-feira, 03/09/2025

Heleno diz ao STF que discordava de Bolsonaro sobre vacina

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A defesa do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, afirmou em sessão no Supremo Tribunal Federal (STF) que havia uma discordância entre ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a respeito da vacinação.

O advogado Matheus Mayer Milanez, representando Heleno, apresentou no segundo dia do julgamento da trama golpista uma anotação feita pelo general que mencionava essa divergência. No entanto, o defensor não detalhou sobre qual vacina a anotação se referia.

“Aqui está registrada uma pequena divergência entre o general Heleno e o presidente Bolsonaro: para o general, o presidente precisava se vacinar. Essa anotação estava na sua agenda pessoal, refletindo o pensamento do próprio general Heleno. Contudo, o Ministério Público tenta construir a ideia de que ele seria um grande conselheiro do presidente”, explicou o advogado, destacando o afastamento entre os dois.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), general Heleno trabalhou com Alexandre Ramagem na elaboração de uma narrativa divulgada por Bolsonaro em pronunciamentos políticos e teria concordado com espionagens ilegais em benefício do então presidente.

O procurador Gonet salientou que, mesmo após a derrota eleitoral de 2022, o general Heleno permaneceu envolvido em uma estrutura que buscava um golpe de Estado. Ele ressaltou que as anotações e declarações públicas feitas por Heleno durante o governo do ex-presidente demonstram seu alinhamento com ideias antidemocráticas, o que resultou no direcionamento do aparelho estatal conforme suas convicções.

Documentos encontrados na residência do general Heleno mostraram sua participação no discurso golpista, incluindo anotações manuscritas indicando um planejamento prévio. O procurador também mencionou declarações do general em depoimentos, que evidenciam sua postura firme e sem arrependimentos, mesmo após o impacto causado no país.

Entre os principais envolvidos no núcleo da acusação estão Alexandre Ramagem, acusado de propagar informações falsas sobre fraudes eleitorais; Almir Garnier Santos, que apoiou a tentativa de golpe junto aos comandantes militares; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, que teria dado apoio jurídico ao plano golpista; Augusto Heleno, que participou de transmissões difundindo falsas notícias eleitorais e tinha anotado planos para desacreditar as urnas eletrônicas; Jair Bolsonaro, apontado como líder da trama golpista; além de outros réus que desempenharam papéis diversos no esquema.

Esses indivíduos são acusados de tentativa de dissolução violenta do Estado Democrático, tentativa de golpe, participação em organização criminosa armada, além de danos e deterioração de patrimônios públicos. Exceto Alexandre Ramagem, que responde por menos crimes devido a uma decisão do STF que limitou as acusações contra ele.

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