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quarta-feira, 16/07/2025

Hamas explica negociações para trégua em Gaza com Israel

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Após mais de uma semana de negociações sem avanços, o Hamas atribuiu a responsabilidade ao governo de Israel por não atender às “mínimas necessidades” para um cessar-fogo na Faixa de Gaza. A declaração foi dada ao Metrópoles pelo porta-voz da ala política do grupo, Khaled Qaddoumi, que também representa a organização no Irã.

Trégua anterior

Em janeiro, Israel e o Hamas firmaram um acordo de cessar-fogo intermediado por Catar, Estados Unidos e Egito. O plano previa três fases, iniciando com a troca de reféns sequestrados pelo Hamas por prisioneiros palestinos.

A segunda fase, prevista para março, foi suspensa após Israel não cumprir os termos e solicitar a extensão da primeira etapa e a libertação total dos reféns ainda em Gaza. Em resposta, Israel intensificou ataques na região.

Desde 6 de julho, representantes de ambos os lados tentam retomar um consenso para nova trégua, estimulados por anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, que propôs uma pausa no conflito por 60 dias.

“Estamos abertos a propostas e avaliamos as sugestões americanas, enfatizando a necessidade de um cessar-fogo permanente, fluxo constante de ajuda humanitária, reabertura das fronteiras e retirada das forças israelenses da Faixa de Gaza”, afirmou Khaled Qaddoumi.

Obstáculos nas negociações

Durante as negociações, o Hamas criticou o governo do premiê Benjamin Netanyahu por não apresentar respostas adequadas às exigências de um acordo sólido. Segundo o porta-voz, Netanyahu tem sido influenciado por pressões internas, especialmente de membros mais radicais da coalizão governamental.

Conflitos políticos recentes, como a saída do partido Judaísmo Unido da Torá devido à discordância sobre recrutamento de judeus ultraortodoxos para as Forças de Defesa de Israel, contribuíram para a instabilidade de fundo nas negociações.

“O premiê se apoia em figuras extremistas dentro do governo, que sempre foram contra o acordo”, acrescentou o porta-voz do Hamas.

Posicionamento de Netanyahu

Apesar das acusações, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu responsabiliza o Hamas pela paralisação das negociações. Em comunicado emitido em 13 de julho, ele afirmou que o grupo rejeitou a proposta americana de trégua de 60 dias, especialmente por exigirem a retirada de tropas israelenses da região.

Netanyahu reforçou sua posição dizendo: “Nossa prioridade é exigir a libertação dos reféns e eliminar o Hamas para garantir que Gaza nunca mais represente ameaça a Israel. Não farei concessões nesses objetivos.”

Esforços do Catar

Enquanto isso, o governo do Catar declarou empenho contínuo para viabilizar o cessar-fogo. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores catariano, Majedal-Ansari, revelou que o país está trabalhando dia e noite para propor soluções inovadoras que superem as divergências nas discussões, visando alcançar um consenso inicial que permita avançar nas negociações futuras.

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