O grupo palestino Hamas e o governo de Israel começarão diálogos indiretos no Egito, no domingo (5/10) e segunda-feira (6/10), para tratar da libertação dos reféns em Gaza e da situação dos presos palestinos. A notícia foi divulgada no sábado (4/10) pela imprensa ligada ao governo egípcio.
Segundo o veículo Al-Qahera News, as delegações já se deslocaram para o Cairo para discutir, amanhã e depois, a organização das condições para a troca de todos os detidos, conforme a proposta do presidente norte-americano, Donald Trump.
Trump reiterou no sábado que não aceitará atrasos por parte do Hamas no plano de paz norte-americano. “O Hamas precisa agir rápido ou tudo estará perdido”, escreveu ele. Ele ainda afirmou que não tolerará atrasos nem situações que façam de Gaza uma ameaça novamente, dizendo que “vamos resolver isso rápido e com justiça para todos”.
O plano de paz, anunciado em 29/9, envolve 20 pontos e visa transformar a Faixa de Gaza em uma área sem grupos armados. Ele prevê anistia para integrantes do Hamas, desde que entreguem suas armas e se comprometam a conviver em paz com Israel.
Na sexta-feira (3/10), o Hamas declarou estar disposto a libertar todos os reféns israelenses, vivos ou mortos, e aceitou transferir o governo de Gaza para uma administração de tecnocratas palestinos independente, apoiada pelo consenso nacional e pelo apoio árabe e islâmico. Contudo, o grupo ainda não aceitou todos os pontos do plano.
“As outras questões relacionadas ao futuro do território de Gaza e aos direitos do povo palestino serão debatidas em um amplo fórum nacional palestino, com participação ativa e responsável do Hamas“, disse o movimento.
Apesar dos avanços diplomáticos, o exército de Israel continuou ataques na Cidade de Gaza no sábado, contrariando declarações do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que havia anunciado a primeira fase do plano dos EUA.
O objetivo das negociações no Cairo é definir os detalhes da primeira etapa do plano, que inclui a libertação dos reféns e o recuo parcial das tropas de Israel, além de preparar uma administração civil temporária para a Faixa de Gaza.