Na data em que entrou em vigor uma tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez um apelo ao setor do agronegócio brasileiro para que trabalhe em conjunto com o governo do presidente Lula a fim de aliviar as tensões entre os dois países.
Na manhã desta quarta-feira (6/8), ao chegar à sede da Fazenda, Haddad falou com jornalistas e mostrou preocupação com a atuação da família do ex-presidente Jair Bolsonaro nos EUA, destacando que o filho mais novo, Eduardo Bolsonaro, está pressionando autoridades norte-americanas para aumentar ainda mais as sanções contra instituições brasileiras.
Donald Trump oficializou, em 31 de julho, um aumento tarifário de 50% sobre produtos exportados pelo Brasil para os EUA. Esse percentual é resultado da soma de uma tarifa inicial de 10%, anunciada em abril, com um adicional de 40% anunciado no início de agosto.
Contudo, cerca de 700 produtos ficaram isentos da tarifa extra de 40%, entre eles suco de laranja, aeronaves, castanhas, petróleo e minérios de ferro, que continuam sujeitos apenas à taxa de 10%. As tarifas começaram a valer em 6 de agosto.
Haddad expressou preocupação com declarações de Eduardo Bolsonaro relacionadas à política nacional e ressaltou que seria mais adequado que o agro brasileiro se unisse contra o tarifaço, trabalhando junto ao governo para reduzir as tensões e separar as questões políticas das econômicas.
O ministro confirmou uma reunião virtual marcada para 13 de agosto com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, para discutir essa imposição tarifária unilateral. A equipe da Fazenda recebeu um convite formal para esse encontro e considera a possibilidade de um encontro presencial futuro.
A partir desta quarta-feira, muitas exportações brasileiras sofrerão um aumento de 50% na tarifa para entrada nos Estados Unidos, como parte das medidas protecionistas adotadas por Donald Trump.
Haddad divulgou que o planejamento para enfrentar o tarifaço está pronto e será enviado para aprovação do presidente Lula ainda hoje.
Este conteúdo contou com colaboração de Carlos Estênio Brasilino.