O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que conseguiu cumprir a meta fiscal em 2024 e planeja fazer o mesmo neste ano e no próximo. Em entrevista à GloboNews, Haddad criticou o Congresso por atitudes que prejudicam as contas públicas, alegando que alguns grupos tentam causar dificuldades pensando nas eleições de 2026. Segundo ele, uma aliança entre o Centrão e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro tenta atrapalhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é favorito para as próximas eleições.
Lula comentou que orientou os presidentes da Câmara e do Senado para organizar o Orçamento, buscando mais previsibilidade e facilidade na execução, incluindo os pagamentos de emendas parlamentares.
Ele também elogiou os parlamentares por aprovarem leis que eliminaram privilégios dos altos escalões, mas ressaltou que ainda é necessário fazer ajustes finais para garantir um Orçamento primário positivo em 2026.
Haddad mencionou que a estimativa de corte de R$ 7 bilhões nas emendas é subestimada e destacou que ter uma meta fiscal só faz sentido se existirem ferramentas para alcançá-la. Ele lembrou que a meta é uma proposta do Executivo e que o Legislativo deve avaliar.
O ministro reiterou que os benefícios dos projetos aprovados são divididos entre Congresso e governo, e criticou a oposição por querer desorganizar as contas públicas.
Haddad pediu ao Congresso que mantenha ordem e organização na economia, reforçando que embora tenham direito de rejeitar medidas, as discussões têm sido influenciadas pelas eleições de 2026 e interesses pessoais dos candidatos.
Ele destacou a importância de projetos como a lei do devedor contumaz, que está em espera há oito anos na Câmara, e mencionou que criou um grupo especial para combater o crime organizado dentro da Receita Federal, que se tornará uma delegacia específica para este fim.
O ministro denunciou que o Brasil é um dos poucos países que ignoram a sonegação fiscal e destacou os esforços de seu ministério contra fraudes, especialmente na área de combustíveis.
Combate a privilégios e organização fiscal
Haddad ressaltou que o governo tem trabalhado para eliminar privilégios financeiros insustentáveis, o que tem trazido resultados econômicos positivos. Ele ainda comparou a situação do Brasil com a da Argentina, onde o presidente Javier Milei adotou medidas fiscais severas que estão prejudicando a economia do país vizinho, enquanto o Brasil atua com mais cautela, ajustando aos poucos.
Ele mencionou temas importantes que ainda precisam ser discutidos pelo Congresso, como supersalários, aposentadoria dos militares e fundos constitucionais, e afirmou que algumas dessas propostas já foram enviadas pelo governo, mas foram rejeitadas ou não analisadas pelo Legislativo.
Por fim, Haddad reafirmou seu compromisso de continuar trabalhando para manter as finanças públicas organizadas, independentemente dos interesses políticos de curto prazo.
Estadão Conteúdo