Ministro da Fazenda e presidente do Banco Central almoçaram em restaurante em Brasília
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira que discutiu com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a economia brasileira e trocaram e percepções. Os dois almoçaram juntos na segunda-feira, na véspera do primeiro dia de reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).
“A gente às vezes almoça junto para discutir as coisas, discutir a economia brasileira, trocar informações. E trocar percepções também sobre como podemos interagir mais”, disse o ministro, a jornalistas.
Haddad voltou a defender a harmonização entre as políticas fiscal e monetária. “Ele me apresenta argumentos, eu apresento argumentos a ele, no sentido de buscar convergir. Nós temos uma relação pessoal e institucional que exige encontros periódicos que são feitos com muita naturalidade.
Nesta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) tem nova decisão sobre juros. A expectativa é pela manutenção em 13,75% ao ano, mas com sinais de redução a partir de agosto.
Votação do arcabouço em julho não preocupa
O ministro reforçou que não está preocupado, assim como a equipe econômica do governo, com a decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, de votar o arcabouço fiscal pela segunda vez na Casa só no início de julho. O texto continua no Senado, mas deverá ser aprovado com alterações, retornando à Câmara. Segundo Lira, a nova data não deverá interferir na elaboração do projeto de lei do Orçamento de 2024.
“Esse arcabouço era para ter ido para o Congresso em agosto. Nós mandamos em abril, ele já está praticamente aprovado. A primeira semana de julho é prazo mais que suficiente para fazer a peça orçamentária com base na nova regra fiscal”, declarou o ministro.
Para o ministro da Fazenda, as negociações do novo arcabouço e do projeto que retoma o voto de desempate do governo no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) estão avançadas. Segundo Haddad, a reforma tributária, cuja votação também está prometida para a primeira semana de julho, deverá exigir mais articulação política. “Vai dar muito trabalho negociar [a reforma tributária], disse.
Haddad voltou a ressaltar a importância da aprovação da reforma para destravar a economia do país. “Vamos adotar um regime tributário que tem vigência em 150 países e funciona melhor do que a nossa economia hoje”, afirmou. Ele procurou tranquilizar setores resistentes à reforma, como os serviços e parte do varejo, dizendo que o Simples Nacional (regime para micro e pequenas empresas) e que setores como saúde e educação terão tratamento diferenciado.