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terça-feira, 17/06/2025




Haddad demite auditor da Receita preso na Lava Jato

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O auditor fiscal da Receita, Marco Aurélio Canal, foi desligado nesta terça-feira, 17, pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad. A decisão acontece quase cinco anos depois da prisão do auditor, vinculada à Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.

O Estadão tentou contato com Marco Aurélio Canal, mas não obteve resposta até a publicação deste texto. O espaço permanece aberto.

O nome do auditor chamou atenção em 2019, quando o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou que Canal teria elaborado um dossiê com informações pessoais suas e de sua esposa, Guiomar Feitosa. Gilmar Mendes classificou essa ação como um ‘abuso’. Naquela época, o auditor atuava como supervisor de programação da Lava Jato na Receita Federal do Rio de Janeiro.

A apuração indica que o auditor teria exigido propinas de réus e delatores da Lava Jato para cancelar multas e encerrar fiscalizações.

De acordo com a portaria publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira, 17, assinada por Haddad, o auditor foi demitido por ‘utilizar o cargo para obtenção de benefício próprio ou de terceiros, prejudicando a dignidade do serviço público’.

A portaria número 486 é resultado de um processo administrativo disciplinar. Em consequência da punição, o auditor está proibido de ocupar qualquer cargo público pelos próximos oito anos.

Canal começou sua carreira na Receita em janeiro de 1995. Atualmente, ele ganhava aproximadamente R$ 36 mil mensais, além de outros créditos e vantagens funcionais, conforme dados do Portal da Transparência.

Recordando a investigação sobre o auditor

Marco Aurélio Canal foi mencionado na delação premiada do ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor), Lelis Teixeira, na Lava Jato.

Lelis Teixeira revelou negociações com o auditor para evitar sanções da Receita, supostamente mediante pagamento de propinas.

O empresário afirmou ter liberado o pagamento de R$ 4 milhões ao auditor em 2017. Naquele ano, um procedimento fiscal contra a Fetranspor foi arquivado.

Marco Aurélio Canal foi preso na Operação Armadeira. A Polícia Federal encontrou R$ 200 mil em dinheiro vivo na residência dele. Segundo a investigação, ele teria utilizado parentes e imóveis para lavar o dinheiro ilegalmente recebido.




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