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domingo, 31/08/2025

Haddad critica EUA, defende isenção do IR e fala sobre prejuízos em estatais

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou críticas à posição dos Estados Unidos nas negociações sobre tarifas aplicadas a produtos brasileiros. Ele mencionou que Scott Bessent, secretário do Tesouro americano, cancelou uma reunião previamente marcada afirmando falta de agenda, mas pouco depois se encontrou com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Essa declaração foi dada em entrevista ao programa Canal Livre, da Band, que será exibido no domingo, 31, poucos dias após o Brasil ativar a Lei da Reciprocidade Econômica contra os EUA. O governo brasileiro já comunicou oficialmente à administração americana sobre a possível retaliação.

Haddad relatou que recebeu um convite por e-mail para uma reunião virtual com o secretário do Tesouro dos EUA, que depois foi cancelada sob a justificativa de falta de agenda, seguida de uma reunião com Eduardo Bolsonaro. Esse comportamento, segundo ele, coloca em dúvida o real interesse dos EUA em dialogar sobre a crise comercial.

O uso da Lei da Reciprocidade foi a resposta brasileira ao processo aberto pelos EUA no mês anterior, que impôs tarifas significativas às exportações do Brasil. Esse processo permite um período de até 210 dias para consulta e negociação, buscando estabelecer condições iguais entre os países. No entanto, fontes afirmam que o governo brasileiro continua dando prioridade às negociações diretas com a administração de Donald Trump.

Na mesma entrevista, Haddad reiterou seu apoio ao projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil por mês. Ele explicou que essa proposta é fiscalmente neutra e visa corrigir desigualdades históricas, afetando cerca de 15 milhões de brasileiros. Segundo ele, para essa isenção ser justa, o imposto será aplicado a 141 mil pessoas com alta renda que atualmente não pagam.

Quando questionado sobre o desempenho das estatais, o ministro admitiu que os Correios enfrentam desafios sérios, principalmente devido ao subsídio estrutural. Ele explicou que as empresas concorrentes não têm a obrigação de entregar correspondências, fazendo apenas o que é financeiramente vantajoso, o que dificulta a competição justa.

Estadão Conteúdo

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