Um dia após os Estados Unidos implementarem tarifas unilaterais de 50% sobre produtos brasileiros, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quinta-feira (31/7) que as negociações com o governo americano continuarão. Ele explicou que o plano de contingência brasileiro será ajustado para fortalecer a indústria nacional e preservar empregos.
“Parte do plano que estamos preparando será apresentado em breve para proteger a indústria, os empregos e o setor agropecuário, quando necessário”, afirmou Haddad na entrada do Ministério da Fazenda.
Fernando Haddad ressaltou que o governo está trabalhando para ajustar o plano após o anúncio das tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras. “Estamos agilizando as medidas para implementação rápida. Documentos já estão sendo preparados para envio à Casa Civil. Esperamos fazer anúncios em breve”, informou.
O ministro ressaltou que o comércio entre Brasil e Estados Unidos diminuiu de 25% para 12% nos últimos anos, e alertou que as tarifas podem prejudicar ainda mais esse relacionamento. “Em vez de expandir, estamos reduzindo o comércio. Precisamos buscar maior aproximação, não o contrário. Essa medida pode afastar os dois países, e queremos o oposto”, completou.
Haddad enfatizou ainda que o Brasil possui uma economia robusta e deve manter autonomia, sem depender exclusivamente de outras potências como China, União Europeia ou Estados Unidos. “É fundamental alcançar equilíbrio”, disse.
Sobre as conversas com os EUA, Haddad revelou que a equipe do secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, entrou em contato para agendar uma nova reunião. O primeiro encontro entre Haddad e Bessent ocorreu em maio na Califórnia, quando os EUA aplicaram uma tarifa de 10% ao Brasil. Na ocasião, Bessent reconheceu que taxar parceiros comerciais com déficit na balança é uma situação atípica, conforme relatado pelo ministro.