O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou no domingo à noite que a Lei de Reciprocidade prevê a formação de uma comissão que vai analisar o que é melhor para o Brasil em relação a questões de comércio internacional, como as tarifas impostas pelos Estados Unidos e uma investigação sobre atividades do setor interno.
Na sexta-feira, foi oficialmente enviada ao governo dos EUA uma notificação sobre a aplicação da lei de reciprocidade, abrindo espaço para consultas e troca de informações entre os dois países sobre práticas comerciais.
Fernando Haddad questionou sobre quais instrumentos o Brasil tem e qual seria a melhor oportunidade para agir, simulando as dúvidas que a comissão vai abordar.
Ele destacou que a lei foi aprovada tanto por aliados quanto opositores no Congresso e que deve ser cumprida conforme exigido pelo presidente.
O ministro afirmou que não houve sinais de vontade dos Estados Unidos para negociar até agora.
Comentando sobre conversas divulgadas entre membros da família Bolsonaro, Haddad sugeriu que os EUA devem estar cientes da situação e que o governo norte-americano provavelmente tentará amenizar o conflito, que considera grave.
Ele também mencionou que algumas declarações indicam tentativas de manipular autoridades americanas com desinformação, sugerindo que o governo dos EUA pode não estar totalmente informado sobre o que ocorre no Brasil.
Fernando Haddad afirmou que o Brasil não vai ceder a chantagens e que as alternativas disponíveis são a lei e a participação na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Fernando Haddad concedeu entrevista ao programa Canal Livre da Band na noite de domingo, e pela manhã deu detalhes sobre juros e a Operação Carbono Oculto, que combate o crime organizado.