O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou neste sábado (23/8) que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estão promovendo ataques contra o Banco do Brasil (BB) com o objetivo de enfraquecer as instituições públicas do país.
Durante entrevista ao Jornal GGN, Haddad explicou que essas investidas acontecem nas redes sociais e, diante disso, o próprio Banco do Brasil enviou uma comunicação à Advocacia-Geral da União (AGU) solicitando a adoção de medidas apropriadas.
Os ataques surgem no contexto da controvérsia envolvendo o cancelamento de dois cartões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, conforme as restrições da Lei Magnitsky. No entanto, o Banco do Brasil já ofereceu um cartão substituto ao magistrado.
“Estamos vendo uma ofensiva contra o Banco do Brasil promovida pelo bolsonarismo. Há manifestações nas redes sociais incentivando o saque de valores do banco”, afirmou o ministro. Ele ainda mencionou a existência de projetos de lei no Congresso Nacional visando perdoar dívidas do setor agropecuário, que não enfrenta dificuldades, o que, segundo ele, eleva a inadimplência do Banco do Brasil por ação coordenada de bolsonaristas que tentam enfraquecer as instituições públicas.
O Banco do Brasil acionou a AGU após identificar a circulação de “informações falsas e mal-intencionadas nas redes sociais, que buscam causar pânico e levar a população a decisões que podem prejudicar sua saúde financeira”.
Brasil mantêm soberania e parcerias diversificadas
Mais cedo, o ministro Haddad ressaltou que o Brasil não abrirá mão de sua soberania e frisou que o país não pode ser dominado por nenhuma outra nação.
A fala foi proferida durante a sessão para a eleição da nova Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT). Participando remotamente, Haddad destacou que o Brasil deve manter diálogo e cooperação com diferentes países.
“Estamos enfrentando um desafio geopolítico. O Brasil não pode ser utilizado como território subordinado por ninguém. Temos dimensão, relevância e força para garantir nossa soberania”, disse o ministro.
Haddad lembrou que o governo brasileiro nunca considerou abrir mão da relação com os Estados Unidos, mas enfatizou que essa parceria não pode ser feita nas condições atualmente impostas, especialmente após a imposição de tarifaço de 50% pelo ex-presidente Donald Trump.
“Nunca passamos pela cabeça cessar a colaboração com os EUA, mas não aceitamos as condições que estão sendo propostas. Mantemos diálogo com todos os governos e, em vários momentos, o presidente Lula, em seus mandatos, estabeleceu boas relações com presidentes americanos, sejam democratas ou republicanos. Isso não deve mudar, ainda mais considerando que o governo Trump é passageiro. Não abriremos mão de nossa soberania e independência dos poderes”, concluiu.