22.5 C
Brasília
quinta-feira, 31/07/2025

Hábitos simples para fortalecer o cérebro após os 60 anos

Brasília
céu pouco nublado
22.5 ° C
23.7 °
22.3 °
41 %
4.1kmh
20 %
qui
27 °
sex
27 °
sáb
27 °
dom
26 °
seg
27 °

Em Brasília

Manter hábitos diários saudáveis pode ter um papel fundamental para preservar a saúde cerebral na terceira idade. Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos indicou que mudanças no estilo de vida são eficazes para evitar o declínio cognitivo em pessoas com mais de 60 anos, sem necessidade de medicamentos.

Os benefícios foram evidentes mesmo em indivíduos com alto risco para Alzheimer, conforme um estudo divulgado em 28 de julho no The Journal of The American Medical Association (JAMA) e apresentado na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC), no Canadá.

Heather Snyder, pesquisadora da Alzheimer’s Association e uma das autoras do estudo, destacou que “descobrir novas maneiras de retardar e prevenir o declínio cognitivo relacionado à demência é essencial. Intervenções não medicamentosas que abordam fatores de risco modificáveis são opções promissoras, de baixo custo, acessíveis e seguras”.

O que é demência?

Demência é caracterizada por sintomas como esquecimentos frequentes, repetição de perguntas, perda de compromissos e dificuldade para lembrar nomes. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece diagnóstico e tratamento multidisciplinar para pessoas com demência, incluindo Alzheimer, por meio de centros de referência e unidades básicas de saúde.

O diagnóstico precoce é crucial para iniciar tratamentos que possam retardar os sintomas, reduzir a carga sobre as famílias e melhorar a qualidade de vida. Dados do Ministério da Saúde indicam que até 45% dos casos de demência podem ser prevenidos ou postergados.

Mudanças em três pilares

A pesquisa envolveu mais de 2.100 participantes entre 60 e 79 anos, que apresentavam fatores de risco para declínio cognitivo, como vida sedentária, alimentação inadequada, doenças cardíacas e metabólicas, além de histórico familiar de perda de memória.

Durante dois anos, esses voluntários foram incentivados a adotar práticas saudáveis em três áreas:

  • Alimentação saudável: baseando-se em duas dietas conhecidas, MIND e DASH. A MIND prioriza alimentos benéficos para o cérebro, como vegetais, frutas vermelhas, grãos integrais, azeite de oliva, peixes e nozes, limitando carnes vermelhas e processadas, queijos e doces. A DASH foca na redução da pressão arterial e promoção da saúde geral.
  • Exercícios físicos: incluindo atividades aeróbicas, treino de resistência muscular e alongamentos regulares.
  • Treinamento cognitivo: uso de desafios mentais diários através do programa BrainHQ, que estimula memória, atenção, linguagem e raciocínio.

Os participantes foram divididos em dois grupos: um com 38 encontros presenciais com especialistas e outro autodirigido, com menos encontros e maior autonomia para aplicar as orientações.

Resultados positivos sem uso de medicamentos

Ao término do estudo, 89% dos voluntários concluíram o programa e apresentaram melhorias significativas nas funções cognitivas globais, que incluem memória, atenção, linguagem e capacidade de decisão. Os resultados foram mais acentuados no grupo que participou de mais sessões presenciais.

O mais impressionante é que esses avanços foram alcançados sem o uso de medicamentos. A pesquisadora Heather Snyder acredita que o futuro dos tratamentos para doenças como Alzheimer deve combinar terapias medicamentosas e mudanças no estilo de vida.

Seguir hábitos simples e saudáveis pode ser uma estratégia poderosa para manter o cérebro ativo e saudável após os 60 anos, promovendo mais qualidade de vida e independência na idade avançada.

Veja Também