O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) lançaram um guia chamado Saúde Ocular na Infância. Este material traz orientações importantes para cuidar da visão das crianças, incluindo o tratamento de problemas comuns como conjuntivite, terçol, e o uso correto de óculos e maquiagem infantil.
Com o retorno às aulas, o guia oferece dicas práticas para pais e professores protegerem a visão das crianças e adolescentes.
Doenças comuns nos olhos
A seção sobre problemas frequentes explica que a conjuntivite viral causa olhos vermelhos, coceira e secreção. Para aliviar, é importante usar compressas frias e manter a higiene, evitando dividir objetos pessoais.
O terçol, uma bolinha dolorosa na pálpebra, deve ser tratado com compressas mornas e massagens suaves.
Outro problema comum é a obstrução do canal lacrimal, principalmente em bebês, que causa lacrimejamento constante. Massagens suaves podem ajudar, mas se durar ou piorar, é necessário consultar um médico.
Uso de telas
O guia destaca que o uso excessivo de telas pode causar cansaço nos olhos e outros problemas a longo prazo. Recomenda-se evitar telas para crianças menores de 2 anos e limitar o tempo máximo a três horas por dia na adolescência.
Uma boa prática é a regra 20-20-20: a cada 20 minutos olhando para a tela, olhar por 20 segundos para algo distante a pelo menos seis metros. Brincar ao ar livre também ajuda no desenvolvimento dos olhos.
Segurança em casa
O uso de óculos de proteção em atividades manuais é importante para evitar acidentes. É fundamental ter cuidado com objetos cortantes e manter produtos químicos longe do alcance das crianças.
Para quem usa óculos ou lentes de contato, o acompanhamento médico regular é essencial para garantir que a prescrição esteja correta e o uso seja seguro.
Importância do diagnóstico
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% dos casos de cegueira infantil poderiam ser evitados ou tratados com um diagnóstico precoce.
Problemas como miopia, hipermetropia e astigmatismo são comuns e afetam uma parte significativa das crianças, dependendo da região.
Quando não tratados, esses problemas podem evoluir para condições mais graves, como baixa visão ou cegueira.
Observação dos sintomas
Muitos problemas de visão não apresentam sintomas claros inicialmente. Pais e professores devem observar se a criança tem dificuldade para enxergar a lousa, se aproxima demais das coisas ou se tem dores de cabeça frequentes.
Marcos no desenvolvimento visual
Alguns sinais ajudam a identificar problemas de visão:
- Desde o primeiro mês, o bebê deve conseguir focar o olhar por alguns segundos;
- Aos 3 meses, deve seguir objetos com os olhos;
- Aos 9 meses, deve reconhecer rostos familiares e reagir a expressões.
Se a criança não mostrar esses sinais, ou apresentar olhos desalinhados ou reflexo branco na pupila, é importante consultar um oftalmologista.
Mesmo que não haja sintomas, é recomendado que a criança faça exames oftalmológicos completos entre 6 e 12 meses e novamente entre 3 e 5 anos. O olho desalinhado constante ou intermitente após 4 a 6 meses também deve ser avaliado.
Com informações da Agência Brasil