Horas antes da cúpula entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin, no Alasca, nesta sexta-feira (15/8), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que o conflito no leste europeu permanece intenso e que Moscou não demonstra intenção de finalizar a guerra.
Zelensky está recebendo informações de inteligência e diplomatas sobre os preparativos para o encontro dos líderes, que chegaram recentemente ao Alasca.
Ele detalhou ataques recentes: um ataque a um mercado central em Sumy, bombardeios em cidades e empresas na região de Dnipro, e ações deliberadas nas regiões de Zaporizhzhia, Kherson e Donetsk.
“A guerra segue, justamente porque não há indicação nem sinal de que Moscou esteja planejando encerrar o conflito. No dia das negociações, continuam as mortes. Isso é bastante revelador”, afirmou.
Este pronunciamento acontece poucas horas antes do encontro entre Trump e Putin, que visa discutir um possível cessar-fogo na Ucrânia. A reunião, chamada Busca pela Paz pelo governo dos EUA, inicia às 11h em Anchorage (16h no Brasil e 22h em Moscou) e inclui encontros individuais, almoço bilateral e coletiva de imprensa.
Para Zelensky, o resultado dependerá da determinação dos Estados Unidos.
“Todos desejam um fim justo para a guerra. A Ucrânia está disposta a colaborar da melhor forma possível para acabar com o conflito, e contamos com uma postura firme dos Estados Unidos. Não se enganem — força. Os russos respeitam a força americana”, declarou.
O presidente ucraniano parece descrer da participação de Putin na cúpula, sugerindo que o líder do Kremlin pretende usar Trump como ferramenta política.
O encontro no Alasca, sem representantes ucranianos, tem grande significância simbólica para Moscou, pois o território foi vendido pela Rússia aos EUA no século 19 e está próximo ao país. Analistas indicam que para Putin, a realização da cúpula sinaliza que as tentativas ocidentais de isolá-lo não tiveram sucesso.
Trump, que chamou a reunião de “encontro de sondagem”, pretende apresentar um pacote de incentivos econômicos a Putin, incluindo acesso a recursos naturais e flexibilização de sanções, como forma de persuadir o Kremlin a aceitar um cessar-fogo.
Enquanto isso, ataques continuam em várias partes da Ucrânia, reforçando a desconfiança e a disparidade entre o discurso diplomático e a realidade no campo de batalha.