Recursos, do Banco Central russo, estão depositados em instituições francesas; país também sancionou 30 oligarcas ligados a Moscou, enquanto guerra continua
A França decidiu congelar reservas do Banco Central da Rússia depositadas no país da ordem de 22 bilhões de euros, além de contas de oligarcars russos sob sanções dos países ocidentais, segundo o ministro da Economia francês, Bruno Le Marie. As informações foram divulgadas neste domingo, dia 20, durante entrevista à rádio RTL.
“Fundos de cerca de 30 cidadãos russos avaliados em meio bilhão de euros, além de dois iates de 150 milhões de euros, também foram congelados”, disse Le Marie ao detalhar a iniciativa definida pelo presidente francês, Emmanuel Macron. “Além disso, conseguimos descobrir e congelar bens de oligarcas russos de 1,8 bilhão de euros em território francês, fora as ações tomadas em relação aos recursos do Banco Central da Rússia depositados em instituições com sede na França”, complementou.
Le Maria ressaltou ainda que não está descartada a opção de impor um embargo ao petróleo e gás natural russos, seguindo os passos dos Estados Unidos – o presidente Joe Biden proibiu importações das commodities do setor de energia produzidas pela Rússia no último dia 8. A Alemanha, que importa da Rússia 65% de todo o gás natural que consome, também começou a aventar a possibilidade, embora analistas de mercado acreditem que seja uma decisão difícil para o país.
As ações, segundo os líderes europeus, fazem parte do conjunto de esforços para minar a economia da Rússia e demover o presidente Vladimir Putin de continuar a guerra na Ucrânia.
Além de sanções à Rússia, uma série de empresas com sede na Europa e nos Estados Unidos decidiram se retirar do país. O McDonald´s e PepsiCo estão entre elas, além das petroleiras Shell e BP, que decidiram se desfazer de sua participação em gigantes russos do setor de energia. Outras companhias, como a Unilever e Adidas, anunciaram a mesma medida. As bandeiras de cartão de crédito Visa, Mastercard e American Express também decidiram suspender as operações do país.
Enquanto isso, a guerra continua. Neste domingo, dia 20, as forças russas continuavam a bombardear a cidade portuária de Mariupol, no mar de Azov. O munícipio, de cerca de 450 mil habitantes, é um importante centro industrial, além de representar uma relevante saída para o comércio exterior da região.
O conflito, que segue para o primeiro mês, já provocou o êxodo de 10 de milhões de pessoas, segundo a ONU. A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) informou que 90% dos refugiados são mulheres e crianças.