Waughn Carneiro, de 54 anos, é exemplo de superação. Após fumar por mais de 30 anos, ele conseguiu deixar o cigarro com o apoio do grupo antitabagismo da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 de Santa Maria. Ele iniciou o vício aos 20 anos, influenciado por amigos e curiosidade.
Depois de sofrer um AVC, Waughn comemora estar um ano sem fumar: “Meu sono melhorou, voltei a fazer exercícios e tenho mais energia. Participar do grupo da UBS 1 de Santa Maria me ajudou a entender que fumar não resolve a ansiedade, mas parar exige consciência, apoio e determinação”.
O grupo antitabagismo acolhe pessoas que querem largar o cigarro, oferecendo orientação, escuta e acompanhamento profissional. Criado em maio de 2024, está aberto para moradores de Santa Maria e do Gama, com encontros semanais às quintas-feiras, às 9h30, reunindo 15 a 20 participantes.
Alan Cristian Nóbrega, farmacêutico e coordenador do grupo, explica que o trabalho vai além do uso de medicamentos como adesivos de nicotina. Ele destaca que são identificados gatilhos, aspectos sociais e emocionais ligados ao tabagismo, incentivando a mudança de hábitos de vida.
Os encontros tratam temas como alimentação, impacto financeiro e social do tabagismo. A equipe é formada por profissionais de farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição, saúde coletiva, terapia ocupacional e residentes do programa Multiprofissional em Saúde da Família.
Jefferson Santos, residente em saúde coletiva, relata: “É emocionante acompanhar a evolução dos participantes. A pele fica melhor, a voz muda, o cheiro do cigarro desaparece. Essas mudanças aumentam a autoestima e motivam a continuar”.
Após um ano sem fumar, a pessoa é considerada ex-tabagista, mas muitos continuam participando do grupo para apoio mútuo e acolhimento de novos integrantes.
O grupo oferece medalhas simbólicas em diferentes etapas: seis e nove meses, um ano e dois anos sem fumar. Francinete Gomes, de 61 anos, conquistou as três primeiras medalhas. Ex-fumante há um ano e três meses, ela celebra: “Essas medalhas são meu troféu, que não troco por nada”.
Francinete começou a fumar aos 13 anos e enfrentou três infartos antes de parar. “Eu chorava enquanto fumava”, conta. “O grupo foi minha salvação. Desde então, a tosse sumiu, minha pele melhorou e recuperei minha energia”.
Importância de parar de fumar
Fumar é a maior causa evitável de morte no mundo e traz diversos riscos à saúde. Pedro Ruas, médico da UBS 1 de Santa Maria, alerta que a nicotina causa dependência e afeta todo o corpo, aumentando risco de AVC, infartos e vários tipos de câncer, como pulmão, pele, boca, laringe, faringe e cólon. Além disso, prejudica a aparência, escurecendo a pele e causando perda dos dentes.
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal oferece 78 unidades com tratamento para tabagismo em todas as regiões, onde interessados recebem acolhimento e informações para largar o cigarro.
Informações da Secretaria de Saúde