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sexta-feira, 03/10/2025




Greves perdem força em protestos convocados por sindicatos na França

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A mobilização social na França demonstrou sinais de enfraquecimento nos protestos organizados por sindicatos para quinta-feira, 2 de outubro, em todo o país. Esse novo dia de greve e manifestações foi marcado poucos dias antes do esperado discurso de política geral do novo primeiro-ministro, Sébastien Lecornu.

O número de participantes nas ruas foi menor comparado à mobilização anterior. A CGT (Confederação Geral do Trabalho) reportou a presença de cerca de 600 mil manifestantes por todo o país, enquanto a polícia contabilizou 195 mil pessoas nas ruas. No protesto do dia 18 de setembro, o Ministério do Interior havia registrado um público de 500 mil participantes.

O propósito das manifestações é pressionar o novo chefe de governo para revisar o atual projeto do Orçamento para 2026, que os sindicatos classificam como uma política de austeridade.

Sophie Binet, secretária-geral da CGT, declarou: “A indignação social está muito forte. Foram três dias consecutivos em que os trabalhadores se manifestaram dizendo que o trabalho deve ser bem remunerado. Não podemos mais aceitar que os trabalhadores façam tantos sacrifícios”.

No setor da Educação, cerca de 6,42% dos professores aderiram à greve. Dados do Ministério da Educação Nacional indicam uma taxa de 6,95% entre docentes do ensino fundamental e 6,13% entre professores do ensino médio. O ministério também registrou até sete bloqueios completos em escolas e 40 interrupções de aulas. O sindicato Snes-FSU, que representa os professores do ensino secundário, estimou que 27% dos educadores de colégios franceses participaram da greve.

No setor público, 4,22% dos funcionários cruzaram os braços, em contraste com quase 11% registrados no dia 18 de setembro — um claro reflexo da diminuição da mobilização entre os sindicatos.

Entre os manifestantes, um grupo de sindicalistas brasileiros da CUT (Central Única dos Trabalhadores) participou do cortejo em Paris. Jandhyra Uehara, secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT, afirmou à RFI: “A retirada de recursos do setor público e a precarização dos serviços públicos são questões do capitalismo neoliberal que combatemos globalmente”. Ela acrescentou: “As pautas do movimento sindical francês são importantes para nós, pois acompanhamos os retrocessos na luta pela redução das desigualdades”.

Desta vez, os transportes foram menos afetados. Os trens de alta velocidade (TGV) e quase toda a rede de trens e metrôs de Paris operaram normalmente. O Ministério dos Transportes previu apenas algumas interrupções nos serviços TER, RER, Transilien e Intercités. No setor aéreo, não houve interrupções significativas nos aeroportos da capital francesa.

Para prevenir incidentes violentos, aproximadamente 76 mil policiais foram mobilizados. Segundo o ministro do Interior, Bruno Retailleau, o efetivo policial foi um pouco menor que no dia 18 de setembro, mas ainda assim expressivo: cerca de 5 mil agentes estiveram presentes na região metropolitana de Paris.

Durante a manifestação, o primeiro-secretário do Partido Socialista, Olivier Faure, foi vaiado por manifestantes que gritaram expressões críticas ao partido e ao primeiro-ministro. Faure qualificou a redução na participação como uma consequência lógica, uma vez que os manifestantes perdem um dia de salário ao aderir à greve.




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